Hélio Guabiraba comentou a declaração do ex-ministro sobre a compra de respirador pulmonar, mais cedo.

Após o ex-ministro Mendonça Filho declarar que Geraldo Julio “brinca com a vida das pessoas” com relação à compras de respiradores pulmonares, o vereador Hélio Guabiraba (PSB) saiu em defesa do prefeito do Recife.

Hélio Guabiraba não poupou nas palavras e subiu o tom das controvérsias. “Mendonça é um político em fim de carreira, que mostra profundo desespero se aproveitando da maior crise sanitária que a humanidade já enfrentou para fazer trampolim eleitoral”, disse.

O vereador disse que o ex-ministro, “além de fazer pouco da vida das pessoas”, faz críticas diariamente sempre se afastando da verdade. “Mendonça Filho está brincando de candidato passando por cima da vida e da saúde dos recifenses que precisam do SUS.

Não Mendonça, Geraldo Julio não está brincando com a vida dos recifenses”. “Ele [Geraldo] é o único prefeito que construiu 7 hospitais de campanha em todo País.

Esses hospitais, que não existiam em março, já fizeram 1000 altas.

São mil pessoas que voltaram para suas casas e estão com suas famílias depois de serem internadas nos hospitais novos da Prefeitura.

Isso não é brincadeira, é eficiência e compromisso com a população”, afirmou.

Hélio Guabiraba ainda disse que “a postura infeliz” de Mendonça está sendo observada pelos recifenses. “Não pense que esse comportamento oportunista com o povo que precisa do SUS será esquecido”, concluiu.

Entenda a polêmica com a fala de Mendonça Filho O cancelamento da compra de respiradores pulmonares pela Prefeitura do Recife a uma pequena empresa veterinária com suspeita de fraude levou o ex-ministro Mendonça Filho a protocolar, nesta segunda-feira (25/05), no Ministério Público Federal, na Controladoria Geral da União e no Tribunal de Contas da União, ao Ministério Público Estadual e ao TCE, um aditivo à denúncia feita por ele na semana passada. > Caso Juvanete.

Em parecer, Prefeitura do Recife diz que respiradores estavam em estoque e precisavam de validação da Anvisa “O parecer técnico da Prefeitura do Recife para encerrar em tempo recorde o contrato e justificar a devolução de 35 dos 500 equipamentos comprados é um escárnio.

Só depois de comprar sem licitação 500 respiradores a uma empresa veterinária, a Prefeitura admite que os equipamentos não tinham homologação da Anvisa, não foram testados em humanos e não foram usados por serem mecânicos.

Isso é brincar com a vida das pessoas”, criticou Mendonça.

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Prefeitura rebate > Empresa questionada pelo MPCO desiste de venda de ventiladores, diz Prefeitura do Recife > Carlos Neves indefere abertura de processo específico no TCE para apurar caso Juvanete.

MPCO diz que vai recorrer > TCE garante que empresa acusada pelo MPCO já é objeto de fiscalização rigorosa e minuciosa em auditoria No aditivo à denúncia junto aos órgãos de controle e fiscalização federal e estadual, Mendonça questiona o fato de o cancelamento da compra de respiradores pulmonares ter sido feita em tempo recorde. “Em menos de 24 horas, um e-mail foi enviado pela empresa Juvanete Barreto Freire para o secretário de saúde do Recife, gerou formação de processo físico, tramitou na Secretaria de Saúde, passou pela Procuradoria Municipal, foi analisada por três procuradores, voltou para a Secretaria de Saúde, fizeram o distrato e a devolveram 35 ventiladores pulmonares ao representante da empresa no Recife”, relata do aditivo.

VEJA TAMBÉM: Polícia Federal pede esclarecimentos à Prefeitura do Recife sobre compras de R$ 15 milhões para combate ao coronavírus Na última quinta-feira (21), o Ministério Público de Contas solicitou auditoria especial ao TCE por suspeita de fraude, lavagem de dinheiro e peculato.

O pedido foi negado pelo conselheiro Carlos Neves.

O MPCO informou que vai recorrer.

No distrato com a empresa do interior de São Paulo, a Prefeitura do Recife emitiu um parecer técnico assinado pela Gerência de Monitoramento e Infraestrutura da Secretaria Municipal de Saúde, Mariah Bravo, pela devolução dos respiradores.

Em um trecho do parecer, a PCR admite que os respiradores pulmonares comprados sem licitação, no valor de R$ 11 milhões, não têm homologação da Anvisa e não foram testados em humanos.

LEIA MAIS: Procuradora Geral manifesta ‘perplexidade’ com nota oficial da PCR com críticas ao procurador Cristiano Pimentel “O prefeito Geraldo Júlio tem que vir a público explicar esse processo nebuloso.

Na tentativa de se livrar de investigações, a Prefeitura cancelou o contrato com parecer justificando que a aquisição de respiradores feita a outras empresas já atendem a demanda dos leitos de UTI.

Como assim?

Mais de 200 leitos de UTI inaugurados pelo prefeito continuam fechados por falta de equipamentos como respirador.

E a fila de espera por leito de UTI é enorme", disse Mendonça.

Mendonça Filho denunciou o contrato com a empresa Juvanete Barreto Freire nas suas redes sociais, na semana passada, e fez denúncia aos órgãos de controle e fiscalização.

Segundo ele, essa compra “despertou estranheza pelo perfil da empresa - capital social muito pequeno de apenas R$ 50 mil, criada há sete meses e o comércio de produto veterinário como atividade principal - e o gritante desencontro de informações nos sites da Prefeitura do Recife, como valores diferentes, contratos com páginas faltando”.