Por Manoel Fernandes, diretor da BITES, em informe ao blog A rede de apoio ao presidente Jair Bolsonaro no universo virtual se alimenta de eventos extremos para ficar energizada para combater os adversários. É um fenômeno frequente e hoje após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril a pedido do ex-ministro Sérgio Moro, o fluxo seguiu o seu ritmo normal.

Enquanto o conteúdo da reunião era exibido, hashtags de apoio a Bolsonaro eram levantadas no Twitter e textos publicados em série em sites de apoio ao presidente.

Ao final, o próprio Bolsonaro utilizou os seus perfis nas redes sociais para definir a sua narrativa dentro do ciclo da estratégia dos seus seguidores. Às 20h30, os bolsonaristas estavam na dianteira com 625 mil tweets em torno de 13 hashtags positivas contra 112 mil posts com hashtags negativas.

Foto: Arquivo EBC Hoje não foi o dia que mais se falou do presidente da República no Twitter nos últimos 90 dias.

Em 24 de abril, dois dias após a reunião conhecida hoje e na saída de Sérgio Moro do governo, Bolsonaro foi alvo de 3,1 milhões de posts.

Até às 20h30 dessa sexta-feira, ele havia sido citado em 1 milhão de posts.

A novidade de hoje foi a atenção dedicada pela opinião pública digital aos ministros que estavam no encontro no Palácio do Planalto.

O general Augusto Heleno saiu na frente no início da tarde ao divulgar uma nota oficial criticando a possibilidade do STF ter acesso ao celular de Bolsonaro.

A hashtag #HelenoJaTanaHora apareceu em 230 mil posts e o nome do militar foi citado em outros 167 mil, o que o transformou no auxiliar do presidente com maior de menções nessa sexta-feira.

Abraham Weintraub, ministro da Educação (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) O segundo colocado foi Abraham Weintraub da Educação após pedir a prisão dos ministros do STF com 112 mil tweets, seguido da ministra Damares Alves que ameaçou prender governadores e prefeitos (51 mil), do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (35 mil) e de Paulo Guedes (32 mil), que entre os diálogos propôs a privatização do Banco do Brasil.

Com disposição para desconstruir a acusação do ex-ministro Sergio Moro, os bolsonaristas também trabalharam para amplificar textos de sites de notícias simpáticos ao presidente.

Entre 49 mil textos publicados no Brasil nas últimas 24 horas por sites da mídia profissional e alternativa, nos dez de maior propagação no Facebook, três eram críticos ao presidente da República, mas os dois mais compartilhados com 250 mil interações eram narrativas positivas para Bolsonaro.

Sem apoio O ex-ministro Sérgio Moro também chamou muita atenção com 230 mil tweets (o pico também ocorreu em 24 de abril com 3,6 milhões de menções), mas houve uma espécie de consenso entre bolsonaristas e críticos do presidente, especialmente perfis de esquerda, em relação a ex-juiz.

As duas correntes de opinião aproveitaram para dizer que Moro não comprovou nada da sua acusação.

Enquanto os aliados do presidente o criticavam, a oposição comemorava o seu fracasso.

Câmara dos Deputados Entre os deputados federais, a dinâmica da polarização se manteve.

A partir das 17h até às 21h de hoje, os parlamentares publicaram 752 posts em seus perfis oficias nas redes sociais.

Três partidos de oposição (PT, PSOL e PC do B) foram responsáveis por 54% dos posts nesse período.

O PSL ficou com 17% do volume, revelando a troca de acusações comuns entre as duas forças políticas.

Coube ao deputado Túlio Gadelha (PDT-PE), o post com o maior volume de interações contra Bolsonaro.

O post traz acesso ao vídeo veiculado na sua conta no Instagram com 206 mil visualizações até às 21h de hoje.