O vereador Jayme Asfora, de oposição, fez críticas à gestão do prefeito Geraldo Julio no combate à pandemia e pediu explicações sobre a polêmica da quantidade de leitos disponíveis na capital pernambucana. “O prefeito Geraldo Júlio informou nesta quinta-feira (21) que dos 1.054 leitos criados com os hospitais de campanha, só 700 estão de fato em funcionamento.
E o que é pior, dos 313 leitos de UTI que ele diz que estão prontos, menos da metade, 125, estão disponíveis para receber os pacientes.
Por que o prefeito continua afirmando que os sete hospitais de campanha estão, nas palavras dele, concluídos e entregues?”, questionou Asfora, em nota ao blog. “É preciso explicar o motivo de só estarem aptas para o atendimento, 545 das 741 vagas de enfermaria.
São leitos que não precisam, por exemplo, de respiradores.
E já faz mais de 15 dias que foi anunciada a conclusão do último hospital provisório”.
O vereador acusou a Prefeitura de ter passado 13 dias sem comunicar aos recifenses informações de forma clara. “Em 7 de maio, a última vez que esses números tinham vindo a público, o total de leitos realmente prontos era de 554, sendo que das UTIs, o percentual disponível era de 35% do anunciado.
A partir daí, a divulgação foi suspensa.
Esses números, estranhamente, ficaram escondidos.
Além disso, para gerir esses hospitais de campanha, o município fechou contratos milionários com Organizações Sociais que receberão o montante de R$ 152,3 milhões.
Por mês, elas irão receber juntas exatos R$ 25 milhões.
Por exemplo, o valor global a ser pago ao IMIP pela gestão do Hospital Provisório dos Coelhos é de R$ 71,27 milhões.
Por mês, será de R$ 11,87 milhões - cuja a primeira parcela já foi devidamente quitada” “A PCR garantiu que esse valor seria usado para gerir o trabalho de atendimento, só no hospital dos Coelhos, a 420 pacientes, sendo 100 em leitos de UTI.
Acontece que nem sabemos se todos esses leitos estão disponíveis para os doentes.
Então queremos saber o porquê de esse valor ser pago na sua totalidade, enquanto o número real de atendimentos é menor.
Está se garantindo a quitação de um serviço que nem sabemos se será entregue.
Mais do que nunca, a população quer eficiência, responsabilidade e transparência”, disse.
O parlamentar disse ter cobrado esses números mais de uma vez, durante as sessões e reuniões virtuais da Câmara. “Mas a cada resposta, uma informação diferente era dada, comprovando que não existem nem a clareza e nem a transparência que são obrigações do gestor público”.
Vitmização “Não adianta o prefeito tentar se vitimizar e dizer que a oposição está politizando a pandemia.
O fato é, como parlamentares eleitos pela população, é nossa obrigação fiscalizar o trabalho da Prefeitura e mostrar onde estão os erros para que eles sejam consertados.
Se estivéssemos usando a doença com fins eleitoreiros, não teríamos votado a favor de todos os projetos de lei destinados ao combate do coronavírus que foram enviados pelo Executivo.
Ao desqualificar as críticas, mostra uma postura antidemocrática”, disse o vereador.
Comparação com Fortaleza “A informação oficial da PCR é de que já foram contratados, sem licitação, R$ 460 milhões em construção, aquisição de bens e serviços para combater a pandemia, mas não há uma sistematização da informação como ocorre em Fortaleza, por exemplo, em que se disponibiliza, de forma transparente, justificativa de despesa, quantidades e especificações de produtos, número do empenho, se foi feito ou não o pagamento, entre outras informações.
A capital cearense, que tem uma população 62% maior que a do Recife, investiu até agora R$ 249 milhões – 84% a menos do que aqui”.