Manoel Fernandes, diretor da BITES, em informe ao blog Numa entrevista recente à CNN Brasil (encurtador.com.br/ouEI6), o filósofo Luiz Felipe Pondé afirmou que a pandemia do Coronavírus será o laboratório para expor os vícios e as virtudes das lideranças políticas nacionais. É o caso de prefeitos que estão aproveitando a crise para emitir sinais de redenção dos seus defeitos e ressaltar as virtudes ainda existentes da sua administração.
De certa forma, a campanha eleitoral já começou nos municípios com certa vantagem para quem está no exercício do mandato.
Recife, Olinda, Camaragibe, Jaboatão e São Lourenço terão quarentena e rodízio de veículos a partir do sábado (16) Desprovida da caneta na mão e a chance de trabalhar com recursos sem a necessidade de licitações, a oposição precisa construir narrativas mais substantivas antes de ir contra os adversários.
Os prefeitos descobriram ainda que a batalha eleitoral nos seus municípios vai acontecer dentro do universo digital e muitos estão em um esforço para se transformarem em influenciadores digitais.
E também torcem pelo adiamento das eleições, o que representaria mais tempo para compor a nova imagem.
No contexto da opinião pública digital e o Covid, os prefeitos estão atraindo tanta atenção quanto os governadores e muito mais que deputados, senadores e vereadores.
Em três perspectivas analisadas pelo Sistema Analítico BITES no contexto da pandemia – citações no Twitter, buscas no Google Brasil e referências na mídia clássica e alternativa –, os prefeitos aparecem em papel relevante junto aos governadores, e deixam para trás deputados estaduais, federais, vereadores e senadores.
No Twitter, desde 01 de março, os governadores lideram as associações ao Covid com 757 mil posts sobre o papel deles na pandemia.
Os prefeitos aparecem na segunda posição citados em 475 mil posts acima dos deputados federais e estaduais (330 mil tweets), senadores (136 mil) e vereadores (104 mil).
Esse padrão se repete nos artigos publicados nos sites da mídia clássica e alternativa.
Aqui, os prefeitos foram tão citados (34.969 textos) quanto os governadores (35.192).
Mesmo voltados para uma agenda focada no Covid, os deputados apareceram em 19 mil artigos.
No Google, na escala de interesse no assunto que vai de zero a 100, os governadores ficaram com 32 de média desde 01 de março, seguidos dos prefeitos (28) e vereadores (16).
Deputados e senadores estão nas últimas posições.
Parte desses agentes políticos municipais transformou os seus perfis nas redes sociais nos canais mais confiáveis de transmissão de informação para os seus eleitores sob o risco de também serem criticados e atacados pela oposição.
O que também aconteceu com os prefeitos das capitais que juntos tem 11,4 milhões de seguidores nas suas contas no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube para uma população total de 50 milhões de pessoas que vivem nesses municípios.