Manoel Fernandes, diretor da BITES, em informe ao blog A China está perdendo a batalha de narrativas sobre a responsabilidade da disseminação do Coronavírus no planeta.
Os aliados do presidente Jair Bolsonaro e outros setores da opinião pública digital es obtendo sucesso na estratégia de colocar a segunda maior economia do mundo como a vilã da pandemia.
Nas buscas no Google Brasil dos últimos 30 dias, o maior interesse ocorre em torno da notícia de um lote de máscaras contaminadas que os chineses teriam enviado para os doentes brasileiros.
Várias agências de checagem de fatos classificaram de inverídica a informação, mas o assunto continua despertando interesse.
Nas últimas 24 horas, as consultas acontecem para a notícia que China desfez a venda de 500 respiradores para doentes no Brasil.
No universo do Twitter no mundo, considerando os últimos sete dias, o Brasil foi o segundo maior produtor de posts (160 mil) sobre a China.
Perdeu para os EUA (1,2 milhão) e ficou na frente da Índia (154 mil).
Entre os indianos como aqui, o WhatsApp é um poderoso instrumento de comunicação e disseminação de notícias, verdadeiras e falsas, mas foram os brasileiros que mais falaram dos chineses, mesmo com um volume de internautas (136 milhões) cinco vezes que a Índia (688 milhões).
Na Câmara dos Deputados, a China já apareceu em 1.668 posts no Facebook, no Instagram e no Twitter desde 01 de março.
O PT foi quem mais publicou (666) seguido do PSL com 221 posts, mas os três conteúdos de maior propagação com 500 mil interações dos deputados Otoni de Paula (PSC), Kim Kataguiri (DEM) e Bia Kicis (PSL) acusam a China de responsabilidade na tragédia do Covid-19.
E daí? É também do Brasil a liderança no volume de interações nas redes sociais entre os 374 mil artigos produzidos no mundo sobre a China desde 08 de março.
O texto do site G1 no qual o presidente Jair Bolsonaro responde com a expressão “E Daí” a pergunta sobre o fato do país ter ultrapassado os chineses em número de mortes em 28 de abril alcançou o primeiro lugar com 2,5 milhões de interações.
O brasileiro deixou para trás vários artigos nos quais Donald Trump acusa o país asiático como responsável pela propagação do vírus.
Na lista de 20 artigos com maior propagação, a explicação de Bolsonaro aparece mais três vezes.
Na 9ª, 11ª e 14ª posições.