Vivaldo José Breternitz, em artigo enviado ao blog Economistas estão chamando a atenção para mais um problema que pode ser trazido pela pandemia: a deflação.
A deflação, definida como uma queda geral de preços por um período relativamente longo de tempo, pode parecer algo muito bom, especialmente em um país como o nosso, que durante tanto tempo sofreu com altas taxas de inflação.
Mas, infelizmente, isso não é verdade.
Em um cenário de deflação, consumidores tendem a retardar suas compras, na expectativa que os preços caiam ainda mais.
Isso pode levar a um círculo vicioso, com empresas vendendo menos e consequentemente gerando queda de salários e do nível de emprego.
Isso é particularmente ruim em um país como o Brasil, com alta taxa de desemprego e com um em cada cinco trabalhadores recebendo menos da metade do salário mínimo.
Ademais, os governos perdem arrecadação, levando a razão dívida/PIB a explodir e seus serviços a não serem executados.
Em uma metáfora, gera-se uma situação de falência múltipla da economia.
Os governos sabem dos riscos gerados por hiperinflação ou deflação, tanto que seus bancos centrais usualmente têm metas para ambas as situações.
No caso da deflação, uma dessas ferramentas é a monetização, a “impressão” de dinheiro e sua injeção na economia.
O Bank of England, o banco central do Reino Unido, já vem fazendo isso.
Mais uma vez, nosso país está à beira do abismo.
Esperemos que nossos governantes reajam à altura, não fazendo o que relatou um jogador de futebol, “estávamos à beira do precipício e resolvemos dar um passo à frente…”.
Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Dados Governo de Pernambuco (15/03/2020 até 30/04/2020): Gastos realizados: R$ 85,9 milhões Repasse do governo federal: R$ 138,2 milhões EPIs e equipamentos comprados e liquidados: 962 mil máscaras cirúrgicas descartáveis 1,32 milhão máscaras N95 5,7 milhões luvas não cirúrgicas descartáveis 478 mil aventais descartáveis 65 monitores multiparamétricos 193 ventiladores pulmonares 156 camas hospitalares Hospitais Nossa Senhora das Graças (Alfa) - Recife Estrutura e equipamentos: R$ 21,0 milhões Gestão: R$ 56,0 milhões (seis meses) Maternidade Brites de Albuquerque - Olinda Estrutura e equipamentos: R$ 5,6 milhões Gestão: R$ 26,9 milhões (seis meses) Reforço UPAE Petrolina Gestão: R$ 12,1 milhões (seis meses) Reforço Hospital Dom Hélder Câmara - Cabo Gestão: R$ 13,0 milhões (seis meses) Execução orçamentária: Despesas empenhadas: R$ 294,1 milhões Despesas liquidadas: R$ 85,9 milhões Despesas pagas: R$ 78,3 milhões Por fonte de recursos (despesas liquidadas): Recursos próprios: R$ 63,9 milhões Operações de crédito: R$ 17,3 milhões Ministério da Saúde - regular: R$ 1,0 milhão Ministério da Saúde - COVID-19 2,7 milhões Outras: 1,0 milhões Fonte: Portal da Transparência PE - Tome Conta/TCE.
Obs.: Considera todas as áreas: saúde, educação, segurança, assistência social, etc..