A nova rodada da pesquisa XP Ipespe, concluída na última quinta-feira, revela que, desde o pedido de demissão de Sergio Moro, em 24 de abril, a avaliação positiva do governo Jair Bolsonaro caiu 4 pontos percentuais, de 31% para 27%, enquanto a avaliação negativa saltou 7 pontos percentuais, de 42% para 49%.
Segundo o instituto, os valores são, respectivamente, o menor e o maior da série iniciada em janeiro de 2019.
O movimento na expectativa para o restante do mandato sofreu variação semelhante.
A expectativa negativa passou de 38% para 46%, enquanto a positiva foi de 35% para 30%.
No período, caiu também a nota média atribuída ao presidente.
Ela era de 5,1 na pesquisa divulgada em 24 de abril e atingiu 4,7 no levantamento atual.
Já a nota média atribuída a Sergio Moro teve movimento inverso: passou de 6,2 para 6,5 desde sua saída do governo.
Sobre os efeitos da demissão de Moro do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, continua em 67% a fatia dos entrevistados que acreditam que ela trará impactos negativos para o restante do governo.
Em relação ao novo ministro, André Mendonça, 69% dizem acreditar que ele terá uma atuação com interferências do presidente, enquanto 19% esperam uma atuação independente.
Foram realizadas 1.000 entrevistas de abrangência nacional, nos dias 28, 29 e 20 de abril.
A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.
Economia e coronavírus A percepção negativa também se ampliou em relação à economia.
Hoje, são 52% os que acham que a economia está no caminho errado, contra 47% na semana passada.
Os que veem a economia no caminho certo caíram de 35% para 32%.
Sobre a melhor maneira de recuperar a economia depois da crise provocada pelo coronavírus , 62% acreditam que Bolsonaro deve mudar a política econômica, com mais investimentos do governo, enquanto 29% acreditam que o presidente deve manter as reformas e o enxugamento dos gastos públicos, com mais participação de empresa privadas.
O levantamento registrou ainda um aumento no percentual dos que dizem estar com “muito medo” do surto de coronavírus : são 48% nesta rodada contra 41% na semana anterior.