Dilma, Bolsonaro e o impeachment Manoel Fernandes, diretor da BITES, em informe ao blog Em 16 de dezembro de 2015, em uma das primeiras medições do Sistema Analítico BITES sobre a tendência da Câmara dos Deputados na discussão do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, concluído oito meses depois no Senado, 103 parlamentares se declararam favoráveis à cassação da petista contra 64 defensores da continuidade da sua administração.

Na época, a temperatura já estava quente porque em 02 de dezembro de 2015 o então deputado Eduardo Cunha havia aceitado a abertura do processo.

No sábado passado, 24 de abril, BITES utilizou a mesma metodologia do Indicador de Governabilidade para avaliar o grau de aderência de um impeachment do Bolsonaro.

Nesse cenário, 143 deputados se disseram favoráveis ao processo, a maioria dos partidos de oposição, e 23 se colocaram na defesa do presidente da República.

Há semelhanças entre Dilma e Bolsonaro.

Em fevereiro de 2015, as buscas no Google Brasil associadas ao impeachment ocorriam em torno de qual seria o encaminhamento de Cunha para o problema institucional.

Na época, o deputado afirmou que não “há espaço para discutir o impeachment de Dilma.” Hoje, o centro das consultas é Rodrigo é Rodrigo Maia que também declarou que “processos de impeachment precisam ser pensados com muito cuidado”.

Há diferenças entre Dilma e Bolsonaro.

Em fevereiro de 2015, quando o assunto começou a ser discutido no País, o nível de interesse sobre o impeachment da opinião pública digital no Google na escala que vai de 0 a 100 estava em 13.

Vale lembrar que na época, a taxa de aprovação do governo era de 9%, segundo as pesquisas.

Em 15 de março daquele ano, Dilma enfrentou a primeira grande manifestação de rua em defesa de sua saída do Palácio do Planalto e a Operação Lava Jato continuava varrendo todos os escalões da política nacional.

Hoje, considerando a linha de tempo do Google para a palavra-chave, o interesse pelo processo contra Bolsonaro está no patamar de 5.

Mesmo com tantos parlamentares dispostos a considerar o terceiro impeachment da história do Brasil, o assunto ainda está muito concentrado no Congresso Nacional.

Além disso, Bolsonaro tem uma aprovação de 30% e um ativo que Dilma não tinha em mãos na época: a militância digital.

O presidente também não deve ser nem tão cedo alvo de manifestações de rua.

A pandemia vai segurar em casa os seus críticos, sem o mesmo êxito para os seguidores que costumam quebrar as regras da quarentena.