Após pronunciamento do agora ex-ministro Sérgio Moro, a postura do presidente Jair Bolsonaro nos últimos meses voltou a ser criticada pelo deputado estadual Romero Albuquerque.
Para o parlamentar, revelações feitas por Sérgio Moro em seu pedido público de demissão revelam que “uma catástrofe se aproxima do Brasil, e ela se impõe mais rápido do que o Governo Federal gostaria”.
A saída do mais popular ministro do governo Bolsonaro segue a exoneração de Maurício Valeixo, braço-direito de Moro, do cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
A decisão do presidente havia sido anunciada desde a quinta-feira, e Moro reagiu ameaçando demitir-se.
Ignorado por Bolsonaro, Moro anunciou sua saída do governo acusando o presidente de interferir politicamente na Polícia Federal.
O ex-ministro também afirmou que não assinou o “pedido de exoneração” de Valeixo e ainda disse que o ex-diretor-geral da Polícia Federal não foi autor de pedido algum. “A decisão já estava tomada, qual alternativa o Maurício teria?”, disse. “Com a administração marcada pelo caos, pela primeira vez o presidente Jair Bolsonaro acumula mais críticas do que apoio, tanto de opositores quanto de seus seguidores.
Ainda que os mais fanáticos eleitores de Bolsonaro resistam admitir, o presidente está desmantelando o governo.
Todos os dias, há uma polêmica nova para desviar o foco, causando instabilidade política e econômica.
A compulsão que Bolsonaro tem por demitir, contrariar e se voltar contra sua equipe é uma afronta à democracia e beira à insanidade”, disse Albuquerque. “A revelação de que, além de interferir politicamente na Polícia Federal e falsificar a assinatura de Sérgio Moro no Diário Oficial da União, Bolsonaro queria ter acesso a investigações em curso, faz cair o trunfo de símbolo da honestidade e combate à corrupção.” “[BOLSONARO] prometeu carta branca e autonomia, mas por algum motivo traiu seu próprio discurso.
O que o presidente teme?
O que não quer que seja investigado?
As acusações de Moro precisam ser apuradas.
O que o Brasil assistiu hoje foi mais que um pedido de demissão”, disse o parlamentar.