Diante de uma crise sem precedente provocada pela Covid-19, o presidente do Sindicato da Indústria de Móveis do Estado de Pernambuco, Vikentios Kakakis, faz um alerta para a dificuldade de se obter crédito para capital de giro. “As indústrias estão precisando pagar energia, segurança, manutenção, fornecedores e os salários de março e ninguém consegue recursos nos bancos, sejam nos públicos ou nos privados.
Desse jeito, muitos vão quebrar”, alertou.
Segundo ele, alguns bancos negam ter crédito e outros fazem exigências de garantias e certidões.
O setor conta com cerca de 400 empresas em atividade em Pernambuco, a maioria de pequeno e médio portes, gerando 12 mil empregos diretos e indiretos.
Ele diz que, desde março, muitos empresários não recebem pelas encomendas já entregues e, por isso, também não puderam pagar seus fornecedores e outras despesas. “O salário de março não foi pago pela maioria dos empresários.
E não há crédito para honrá-los.
As pessoas estão com fome”, alerta.
Ele diz que o setor não vai aguentar a crise, porque ajuda financeira só para manter salários não basta. “A questão é a sobrevivência da empresa.
Não podemos produzir, porque as lojas estão fechadas.
E muitas lojas também não vão aguentar, porque a maioria é de pequenos empreendedores que hoje só dispõem de R$ 600,00 para viver”.
O empresáiro diz que quem se comprometeu a pegar recursos para pagar salários tem que manter os funcionários por dois meses após a pandemia, o que vai gerar outro problema. “Se não temos a quem vender, se não temos capital de giro, como vamos operar?
E se tivermos que fechar o negócio, vamos ter que pagar uma indenização muito maior.
Tem gente preferindo demitir”.