Da Sala de Democracia Digital da FGV Campo de apoio a Bolsonaro cresceu de forma quase contínua a partir do dia 17, chegando a alcançar 21% do debate no Twitter - nível inédito desde o início da crise; O avanço do bolsonarismo provocou encolhimento da base de oposição.

O campo, que chegou a alcançar 60% do debate digital, registrou ontem apenas 15%.

A base de apoio alinhada à direita nas redes sociais (azul) retomou, segundo levantamento da FGV DAPP, o volume registrado antes do início da crise do Covid-19, que vinha mantendo o campo que inclui os seguidores do presidente da República isolada no debate público digital.

Após a troca no Ministério da Saúde, na última quinta-feira, teve início uma forte reação que centrou ataques virtuais ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, mas também ao STF, mídia e governadores.

Desde então, o campo de apoio a Bolsonaro cresceu de forma quase contínua a partir do dia 17, chegando a alcançar 21% do debate no Twitter - nível inédito desde o início da crise, em meados de março, e similar ao observado anteriormente.

No auge do desgaste do bolsonarismo, em meados de março, essa presença chegou a ser de 6,5%.

O avanço do bolsonarismo provocou, por outro lado, um encolhimento da base de oposição ao presidente.

O campo, representado em amarelo e que inclui atores e partidos que vão desde a esquerda tradicional até o presidente da Câmara Rodrigo Maia e alguns governadores como João Dória (SP), Wilson Witzel (RJ) e Ronaldo Caiado (GO), chegou a alcançar 60% do debate digital no dia 06 e 54% no dia da demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde.

No dia 21 de abril, esse espaço caiu para apenas 15% - cerca de um quarto do observado há duas semanas.

O restante do debate é ocupado por perfis não alinhados aos campos propriamente políticos (azul e amarelo), que discutem temas mais gerais ligados à pandemia, como medidas de prevenção e impactos econômicos da crise.