Por Manoel Fernandes, diretor BITES, em informe ao blog Há seis dias, o deputado Rodrigo Maia está sob ataque dos aliados do presidente Jair Bolsonaro dentro do universo digital.
Hoje, o presidente da Câmara enfrentou a segunda maior onda desde o dia 17 quando o Sistema Analítico BITES identificou 1,6 milhão de posts negativos no Twitter. Às 20h30 do feriado de 21 de abril, os críticos do parlamentar já tinham produzido 594 mil posts, 17% do volume do período.
A ação não está restrita apenas ao Twitter e como padrão envolve sites de apoio a Bolsonaro.
Desde a primeira onda foram produzidos no Brasil 1.463 artigos pela mídia profissional e alternativa sobre Rodrigo Maia.
Juntos, eles alcançaram 11 milhões de interações até hoje no Facebook e no Twitter.
Nesse universo de conteúdo, *as páginas bolsonaristas foram responsáveis por 6% dos textos, mas registraram 59% das interações.
O Twitter é um fator de preocupação, mas há um problema maior para Maia: a indexação no Google Brasil.
O serviço de busca é um poderoso instrumento de construção de reputações na Internet.
Por dia, 4,7 milhões de usuários da Internet no Brasil fazem algum tipo de consulta no Google.
Na BITES, estimamos que são feitas cerca de 160 milhões de perguntas diárias no País.
Nesse contexto, quem entra no buscador faz 173 mil consultas por mês sobre o presidente da Câmara dos Deputados e a primeira resposta com a qual se deparam é o verbete na Wikipedia com um trecho que fala dos casos de corrupção contra Maia.
O primeiro link de um resultado orgânico no Google recebe 31,7% dos cliques.
Nesse cenário, o tráfego no texto sobre Maia na Wikipedia pode estar recebendo 56 mil visitas a cada 30 dias.
E se os bolsonaristas conseguirem trazer notícias negativas de Maia para os três primeiro resultados a taxa vai para 65%.
Como a analista de Bites, Polliana Cavalcanti, registrou no seu texto sobre os Riscos Digitais de 2020: o Google deixou de ser um curador de catálogo e passou a servir de oráculo para todas as perguntas.