O decreto assinado pelo Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, na última sexta-feira (17), manteve a suspensão das atividades da construção civil no Estado.
Os empresários de construção civil disseram que elas foram na contramão do que esperavam.
O Sinduscon-PE prevê, já para esta semana, a adoção de medidas mais pesadas pelas empresas, como a suspensão das atividades e, até mesmo, a demissão de trabalhadores do setor. “A medida de manutenção da suspensão de atividades do setor em todo o Estado até o próximo dia 30 de abril preocupa representantes e empresários do segmento e, especialmente, coloca em risco o emprego de 40 mil pessoas que estão sem poder voltar aos canteiros de obras.
Com o término do período de férias coletivas, que chegou ao fim no sábado (18), medidas mais duras, como suspensões de contratos e até demissões, estão sendo previstas para os próximos dias”, informou a entidade.
Com a manutenção da suspensão, cerca de 70% das atividades da construção civil permanecem paralisadas no Estado. “Nós lamentamos a posição do governador, especialmente porque outros estados estão mantendo, integralmente, o setor de construção civil em atividade.
Em Goiás, o governo estadual publicou um novo decreto, nesta segunda, liberando as atividades.
Estamos no caminho contrário”, criticou o presidente do do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Pernambuco (Sinduscon-PE), Érico Furtado. “Em Goiás, o novo decreto estabelece regras que deverão ser cumpridas nos canteiros. “Nós também temos como estabelecer medidas de prevenção para proteger nossos trabalhadores”, disse.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Ricardo Essinger, também lamentou a decisão. “O cenário é o mais desolador possível.
Sem operar, os empresários não têm como cumprir com suas obrigações trabalhistas, já que a folha de pagamento corresponde a mais de 50% dos gastos da empresa.
A indústria da construção civil tem um peso significativo na economia pernambucana e precisa ser ouvida neste momento”, afirmou.
Os impactos da decisão do governador Paulo Câmara deverão ser avaliados nesta terça-feira (21).
Os presidentes do Sinduscon-PE, Érico Furtado; da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Gildo Vilaça; e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, participarão de videoconferência com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach. “Não conseguimos a liberação das nossas atividades e, agora, vamos tomar as providências para que o impacto econômico seja o menor possível”, disse Érico.