Na fala ao lado do presidente Bolsonaro, no Palácio do Planalto, o novo ministro da Saúde disse que não há dicotomia entre saúde e emprego e que estava amplamente alinhado com o que pensa o presidente.Na fala, ele disse ainda que não haveria movimento brusco na pasta, em referência à quarentena.

Nas redes sociais, começou a ganhar destaque, pelos deputados de oposição e simpatizantes, um vídeo descontextualizado em que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, disse, em um evento de Oncologia de 2019, que é preciso saber fazer escolhas e usa como exemplo não jogar dinheiro fora com idosos.

Nesta quinta-feira, o médico foi o primeiro a ser recebido por Bolsonaro.

Nelson Teich é oncologista e chegou a ser cogitado para o posto durante a campanha eleitoral de 2018.

Teich já se posicionou a favor do isolamento social, ponto de discórdia de Bolsonaro com Mandetta.

Nelson Teich publicou 3 artigos sobre coronavírus no LinkedIn.

Em 2 de abril, o oncologista defendeu o isolamento horizontal como a “melhor estratégia no momento”.

Sobre cloroquina: “uma esperança”, mas não se posiciona sobre forma de uso.

Médico pela UERJ, Teich é especialista em oncologia do Instituto Nacional do Câncer e doutor em Ciências e Economia da Saúde da Universidade de York (Reino Unido).

Em seu perfil no LinkedIn, Teich se apresenta como conselheiro do secretário Denizar Vianna (Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos), do Ministério da Saúde, em dois períodos: setembro de 2019 a janeiro de 2020 e fevereiro a março deste ano, intervalo que coincide com o surto do novo coronavírus.

Nesta quinta-feira (16), o presidente também discutiu a sucessão de Mandetta com o presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), Lincoln Lopes Ferreira, que indicou apoiar o nome de Teich.

Teich conta com apoio de peso dentro e fora do governo para assumir a vaga.

Ele tem o respaldo do secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, da equipe econômica e da cúpula militar.

O presidente avalia que, pela experiência empresarial e formação econômica, Teich poderia equilibrar as ações da pasta entre medidas voltadas para evitar mortes por coronavírus, mas que minimizem o impacto econômico das medidas de restrição, uma de suas preocupações.

No encontro desta manhã no Planalto, segundo relatos de presentes aos jornais naiconais, o médico fez uma exposição sobre as suas propostas para a pasta e expôs seu ponto de vista sobre políticas de enfrentamento ao coronavírus.

Participantes do encontro dizem que Bolsonaro ficou impressionado com a posição do médico, que recebeu avaliação positiva.

De acordo com relatos feitos à Folha de São Paulo, antes do encontro, Bolsonaro chegou a questionar o médico seus posicionamentos sobre a descriminalização das drogas e legalização do aborto.

Inicialmente, o presidente buscava um nome que fosse favorável a uma quarentena vertical e à utilização da hidroxicloroquina em pacientes em estágio inicial do coronavírus.

Com a dificuldade de encontrar alguém com respaldo na classe médica, Bolsonaro passou a adotar como condição um nome que, apesar de ter posições diferentes da dele, não protagonize embates públicos.

Com informações das agências nacionais