Manoel Fernandes, Diretor BITES, em informe ao blog No primeiro dia de setembro de 2017, Jair Bolsonaro era um deputado federal do baixo clero, conhecido por seu comportamento polêmico e a defesa intransigente de temas de interesse dos militares.
Na época, segundo Sistema Analítico BITES, os perfis oficiais de Bolsonaro no Facebook, Twitter e Linkedin agrupavam 5,4 milhões de seguidores.
Desde então, esse grupo cresceu para os atuais 36 milhões.
Em 959 dias com uma campanha presidencial no meio, a base de Bolsonaro cresceu 564%.
Em 16 de abril de 2020, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que na última semana declarou que não utilizava as redes sociais, mas que hoje recorreu ao Twitter para antecipar a sua demissão, começou o ano com 120.310 fãs nas redes sociais e hoje quando deixou o ministério esse contingente havia crescido 992%.
Agora há 1,3 milhão de fãs.
Só nas últimas 24 horas, Mandetta adicionou mais 210 mil seguidores aos seus perfis contra os 37 mil que passaram a seguir o presidente.
Mesmo com a sua resistência ao mundo digital e o desejo de encontros pessoais para conversas olho no olho, como comentou ontem na sua entrevista de despedida no Planalto, Mandetta tem em mãos um ativo de comunicação dentro de um contexto no qual políticos analógicos perderão força e prestígio nos próximos anos.
E aqueles com recursos digitais estarão na dianteira junto à opinião pública digital.
Caso ainda estivesse na Câmara dos Deputados, Mandetta seria hoje o 19ª parlamentar com maior número de seguidores nas redes sociais e estaria longe de ser um nome do baixo clero digital.
Ao final do dia de hoje, o ex-ministro Mandetta deve quebrar o recorde de menções ao seu nome no Twitter. Às 20h, o Sistema BITES já contabilizava 531 mil posts contra 621 mil no dia 06 de abril, quando houve a primeira tentativa de demissão.
Esses dois momentos representam 33% de tudo o que se produziu sobre o ex-ministro no Twitter desde 01 de janeiro.
Sobre Mandetta, a mídia profissional e alternativa produziu 36 mil artigos nos sites de notícia.
O presidente Bolsonaro apareceu em 193 mil textos nesse período bem abaixo dos 773 mil artigos tratando do Covid19.
A baixa densidade digital de Teich Para se encaixar na dinâmica do governo Bolsonaro, o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, precisará mudar vários hábitos e enfrentar alguns desafios para melhorar a sua densidade digital.
Perfis públicos dele no Twitter, Instagram e Facebook são desconhecidos e o seu canal de comunicação mais ativo, por enquanto, é o Linkedin.
Nesse serviço, que reúne 41 milhões de brasileiros, ele é recorrente na produção de conteúdo e tem 5.176 seguidores.
De certa forma, o ministro terá de se reinventar para ser mais facilmente encontrado por quem busca informações sobre o Coronavírus.
Até hoje, quando seu nome foi anunciado oficialmente, Teich era difícil de ser encontrado na Internet.
No Google Brasil havia até a semana passada 10.200 arquivos indexados em torno do seu nome. Às 20h de hoje, quinta-feira, já eram 124 mil.
O volume de buscas mensais no Google também era pouco expressivo.
Em média, eram até hoje apenas 80 consultas sobre Teich.
Bolsonaro, por exemplo, é alvo de 8 milhões de consultas por mês e Mandetta deixa o cargo com 10.400.
No Twitter, nos últimos 12 meses, o novo ministro foi citado 122.580 vezes, sendo 99,8% publicados apenas hoje, dia da sua nomeação.