O primeiro ponto combatido foi o prazo, que a Câmara dos Deputados estabeleceu em seis meses e o governo quer três meses.
Depois, o governo Federal não aceita a recomposição integral do ICMS e ISS de Estados e Municípios.
O governo alegou que ao ajudar os trabalhadores aceitou compensar uma parte das perdas salariais.
Assim, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), defendeu nesta terça-feira (14) a edição de uma Medida Provisória com os valores e os critérios para o socorro a estados e municípios.
Daqui para amanhã, prometeu.
Ele disse que a compensação da perda de arrecadação com ICMS e ISS, como prevê o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados, não é o melhor critério para a ajuda federal.
Lembrou que o auxílio à população vulnerável e aos trabalhadores informais seguiu critérios de renda e por um período de três meses. “Não é justo.
A União não tem recursos para assistir a todos de igual forma e igual montante. É preciso discutir esse critério de querer compensar totalmente a perda de receita com ICMS e ISS”, afirmou.
Fernando Bezerra Coelho explicou que o projeto aprovado pela Câmara supera os R$ 85 bilhões em ajuda a estados e municípios porque trabalha com a previsão de queda de 30% da arrecadação com ICMS e ISS. “Mas todos nós sabemos que a previsão média de perda de receita não será menos de 50%, e isso abre a possibilidade de acudir os estados com mais de R$ 165 bilhões.
Esse é o número que tem que ser discutido.
E esse número vai ser repassado de acordo com a proporcionalidade da receita de ICMS de cada estado.
A União vai assistir mais os estados mais ricos e menos os estados mais pobres.
Precisamos sair com apoio imediato.
Tanto assim que defendo a edição de uma Medida Provisória com o governo fixando quais são os valores que julga plausíveis e adequados para assistir estados e municípios”, disse.
De acordo com o senador, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem admitido a liberação de R$ 127 bilhões para dar fôlego a estados e municípios sendo R$ 66 bilhões a fundo perdido. “Os recursos, no entanto, seriam direcionados para a saúde, assistência social e merenda escolar de acordo com a população de cada estado.
Um melhor critério para assistir aqueles estados mais pobres”, avaliou Fernando Bezerra Coelho.
FBC lembrou a suspensão do pagamento das dívidas dos estados com a União. “São R$ 30 bilhões que a União vai deixar de receber para aliviar o caixa dos estados.
Não é justo não considerar esse valor expressivo.”