De acordo com funcionários da estatal, a presidente da Compesa, Manuela Marinho, convocou na última sexta, dia 04/03, reunião extraordinária do Conselho de Administração da Companhia, para propor a redução dos salários dos funcionários da estatal, face à Medida Provisória nº 936, de 1º de abril de 2020, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. 600 mil pernambucanos estão livres de pagar conta da Compesa, durante pandemia “A incompetência e o amadorismo da sua gestão à frente da empresa é tamanha, que a própria Medida Provisória, no seu artigo 3º, parágrafo único, exclui a aplicabilidade para os órgãos da administração publica direta e indireta, às empresas públicas e as sociedade de economia mista, sendo neste último caso, o da Compesa. “, reagiram funcionários, sob reserva de fonte.

Os funcionários lembram a determinação do governador Paulo Câmara para que os funcionários de serviços não essenciais fiquem em casa.

Governo estuda abrir capital da Compesa, diz Paulo Câmara De acordo com esses funcionários, o plano apresentado pela presidente é que a perda estimada da arrecadação da companhia para os próximos 90 dias seja financiada pelos colaboradores que estão trabalhando remotamente, com retenção proporcional de seus salários.

São mais de 7 mil funcionários, incluindo os colaboradores concursados e os empregados terceirizados.

A empresa faturou na ultima década mais R$ 12 bilhões, registrando um lucro líquido nesse mesmo período superior a R$ 1 bilhão.

Na alegação, eles dizem que a Medida Provisória sequer alcança a Compesa na qualidade de sociedade de economia mista integrante a administração pública indireta. “O trabalho remoto foi formalizado na companhia para atender à necessidade de isolamento social, com assinatura, pelos empregados, de respectivo termo de consentimento, mantendo o trabalho presencial apenas nos casos indispensáveis, objetivando reduzir ao máximo a circulação de pessoas.

Em momento algum os salários, ou melhor, a retenção de parte deles, foi colocada como condição para o trabalho remoto ou presencial.

A medida idealizada, e em vias de implementação, não é somente desonesta com os colaboradores que, de boa fé, seguiram as diretrizes da empresa para o trabalho remoto, é absolutamente discriminatória sob a ótica trabalhista”. “A gestão de Manuela Marinho ignora, por completo, todos os preceitos legais, e busca criar uma nova modalidade de financiamento público com o dinheiro dos seus colaboradores concursados, que estão na condição de trabalhar remotamente por força da pandemia”. afirmam, no combate à medida. “Manuela Marinho deveria estar cuidando melhor dos seus funcionários e distribuindo água de graça para a população mais pobre do nosso estado, dando um mínimo de condição de higiene necessária para que as pessoas possam cumprir a mais básica das determinações das autoridades mundiais de saúde, lavar as mãos.” Compesa diz que não deliberou sobre medidas de reequilíbrio financeiro Em nota enviada à reportagem na manhã desta quarta-feira (8), a Compesa disse que medidas de equilíbrio financeiro da empresa estão sendo monitoradas, mas negou que houvesse deliberação sobre redução salarial. “Não houve qualquer deliberação sobre o tema.

Várias medidas estão sendo analisadas, de forma a poupar ao máximo nossos colaboradores, que se dedicam todos os dias a prestar um serviço tão essencial à população pernambucana”, diz a Compesa.

Veja a nota na íntegra: “Desde a publicação do Decreto Estadual Nº 48.809 que regulamenta, em nosso estado, medidas para o enfrentamento e combate à disseminação da COVID-19, a Compesa tem atuado em total sintonia com o Governo de Pernambuco no sentido de garantir a oferta de água e os serviços de esgotamento sanitário.

Está suspensa a cobrança da conta para os 120 mil usuários enquadrados na tarifa social e 150 mil pessoas já são beneficiadas com mais água na Zona Norte do Recife após ampliação, em 500 litros por segundo, da produção do Sistema Tapacurá.

A Companhia já concluiu três obras em Recife e Ipojuca que fazem parte do pacote de intervenções de pequeno e médio porte para melhorar o abastecimento em 43 localidades da RMR.

No total, os serviços vão beneficiar 260 mil pessoas com investimento de R$ 9,5 milhões.

Já a ação para levar água via carros-pipa às localidades desabastecidas já atendeu 450 mil pessoas em 56 municípios, o que corresponde a 234 localidades em todo o estado.

Vale destacar, ainda, a redução do rodízio devido a recuperação de diversos mananciais após as últimas chuvas para mais de 30 municípios do Agreste e Sertão.

Além das ações voltadas para a população, medidas internas também estão sendo adotadas.

Providências diárias estão sendo implantadas e monitoradas para a preservação da saúde e bem-estar dos quase sete mil colaboradores, como àquelas voltadas ao equilíbrio econômico-financeiro da empresa, visando a redução de gastos, diante das projeções que apontam para um cenário de recessão da economia.

Não houve qualquer deliberação sobre o tema.

Várias medidas estão sendo analisadas, de forma a poupar ao máximo nossos colaboradores, que se dedicam todos os dias a prestar um serviço tão essencial à população pernambucana.”