O PSB anunciou nesta quinta-feira (2) um “Pacto Nacional de Sobrevivência”, uma espécie de manifesto público com propostas “imediatas” para o enfrentamento da maior crise socioeconômica da história.
O documento foi elaborado pela Executiva Nacional do partido e traz, na visão do partido, uma análise de conjuntura em que avalia que o atual presidente da República “não consegue se constituir no líder que o País precisa” nessa gravíssima crise política, econômica sanitária e social, preferindo liderar “uma facção obscurantista e selvagemente capitalista da sociedade”. “Não há chance de errar nas previsões: a crise vai ampliar o alcance em termos de público, de profundidade e de duração.
Os resultados poderão ser saques e o estabelecimento do caos.
A fome e a desesperança não esperam”, afirmam os socialistas.
O PSB sugere no documento a adoção de estratégias em cinco principais eixos, para enfrentar a crise.
Entre as ações propostas estão a concessão de salário mínimo para desempregados, informais e empregados que ficarão sem salários e inscritos no Bolsa Família e no CadÚnico; isenção de cobrança de água, luz e internet; e suspensão das ações de despejo por falta de pagamento de aluguéis a todos esses grupos, pelo período de quatro meses.
O partido destaca a contratação emergencial de equipes de Saúde da Família e a reedição de contrato com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) para possibilitar a vinda de profissionais estrangeiros pelo Programa Mais Médicos.
Outra proposta elencada é a instalação de centros de triagem como “porta única” de acesso aos leitos hospitalares, além da reconversão de escolas, quadras cobertas, hotéis e estágios de futebol em hospitais de campanha para atender e abrigar temporariamente a população de rua e moradores de acampamentos de sem-tetos.
Para o PSB, é necessária ainda a “reconversão industrial” para que fábricas de equipamentos médico-hospitalares produzam prioritariamente equipamentos de insumos para a saúde, como respiradores mecânicos, luvas e máscaras.
Os socialistas defendem a união dos três Poderes da República, de governos estaduais, de prefeituras e da sociedade civil em um esforço de coordenação e cooperação, “apesar das diferenças políticas e ideológicas”.
No manifesto, o partido faz duras críticas à política econômica conduzida pelo ministro Paulo Guedes. “O resultado pífio do crescimento do PIB no ano passado é uma demonstração da condução “desastrosa” da economia, cuja administração está entregue a dogmáticos economistas obcecados em destruir qualquer papel regulador e indutor do Estado”, afirmam.