Mais cedo, o dirigente da Direita Pernambuco Wilker Cavalcanti, um dos responsáveis pela carreata do dia 29/03, organizada pelo movimento Liberta Pernambuco, da qual é líder, depois cancelada seguindo a recomendação do MPPE, acusou o governador de Pernambuco Paulo Câmara pela iniciativa.

O governo do Estado rebateu a acusação, nesta tarde de quarta.

Veja a nota oficial da Polícia Civil de Pernambuco “A Polícia Civil de Pernambuco, atendendo à recomendação do MPPE de detenção de pessoas e até a apreensão de veículos, notificou Wilker Cavalcanti para prestar depoimento antes da realização da carreata.

Isso porque era notória a articulação, via redes sociais, desse ato de infração sanitária”. “Mesmo com a determinação de não-aglomeração de pessoas, organizadores de carreatas mantiveram sua intenção de realizar o ato, sendo necessária a presença policial, em locais como o Marco Zero e Centro de Convenções, na segunda e na terça-feira passadas, para evitar que pessoas se reunissem, aumentando o risco de disseminação do novo Coronavírus”. “A PCPE vai ouvir as alegações e agir de forma técnica e legal, assim como o vem fazendo desde que foram as publicadas as determinações de saúde pública”. “Desde o dia 18 de março, as polícias conduziram 41 pessoas às delegacias do Estado, por comércio irregular, aglomerações, funcionamento de bares, restaurantes e outros estabelecimentos.

Essas autuações ocorreram em 24 municípios pernambucanos”.

Entenda a polêmica “Recebi o mandado de intimação ontem, 31, para comparecer amanhã, 02/04, às 10h, na sede do GOE, para prestar depoimento.

Ele mandou a SDS investigar a minha vida para ver como poderiam me prejudicar juridicamente, mas não acharam nada.

Aí querem me prejudicar pela organização da carreata que eu mesmo cancelei no dia seguindo a recomendação do MPPE. “Irei para o interrogatório e logo após falarei com a imprensa fora da delegacia.

Isso é abuso de autoridade e logo depois de tudo isso, entrarei com uma representação contra o governador”, reclama.

De acordo com Wilker, mesmo o Estado já estando em isolamento social, devido a Pandemia do Coronavírus, o evento não configurava aglomeração de pessoas nem tão pouco, infringia as determinações do Governo do Estado. “No evento, que nem ocorreu, as pessoas não teriam contato.

Elas permaneceriam em seus carros logo, manteriam a distância determinada pelo Ministério da Saúde para a não propagação do vírus.

A iniciativa defenderia a volta ao trabalho das pessoas que que não integram o grupo de risco da Covid-19”. “A Constituição assegura a liberdade de manifestação de pensamento, vedando o anonimato (artigo 5º, inciso IV, da Constituição) e garante que “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente.

Pelo visto, essa cláusula não é respeitada no Estado de Pernambuco”, reclamou.