Lui Spolador, da BITES, em informe ao blog No dia seguinte ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, a polarização voltou às redes sociais com 01 de abril como pano de fundo.
Bolsonaristas e oposição trocaram provocações por meio de hashtags negativas e de apoio ao presidente.
Desde o início da manhã, a #BolsonaroDay foi utilizada por internautas de esquerda e os aliados rebateram com a #DiaDaExtremaImprensa.
Os termos estiveram entre os principais assuntos do Twitter ao longo de toda quarta-feira.
No meio dessa luta, o presidente publicou vídeo em seu Facebook em que um homem falava que o Ceasa de Belo Horizonte estaria desabastecido por conta das restrições impostas pelo governador do estado, Romeu Zema (NOVO).
O conteúdo foi interpretado como uma provocação aos governadores, poucas horas após Bolsonaro ter pedido um pacto nacional.
Pouco tempo depois, um repórter da CBN publicou vídeo, diretamente do local, desmentindo o conteúdo do post de Bolsonaro.
Nele, mostrou o local funcionando normalmente com grande movimentação de comerciantes e abastecido de produtos.
O conteúdo foi posteriormente apagado pelo presidente, que não voltou a usar seu Facebook até então. Às 17h de hoje, o Sistema Analítico BITES, registrava 41,7 mil citações ao Ceasa de BH no Twitter, enquanto 224 matérias mostravam o equívoco do presidente e somavam 302,5 mil interações sociais.
Na mídia profissional e alternativa, considerando os 33.486 textos publicados no Brasil nas últimas 12 horas, o conteúdo recordista desmentia o vídeo publicado por Bolsonaro e tinha 113,7 mil interações sociais.
Bolsonaro foi mencionado 486 mil vezes na rede social nesta quarta-feira, para uma taxa de 35% negativos e de 13% positivos.
Hoje, para comparação, o novo coronavírus havia sido citado 231 mil vezes no Twitter do Brasil.
No mesmo período, a #BolsonaroDay somava 56,1 mil menções no Twitter, enquanto a #DiaDaExtremaImprensa tinha 110 mil citações, quase o dobro de engajamento por parte dos bolsonaristas.
Ontem, após a fala do presidente em cadeia nacional, apoiadores de Bolsonaro se mantiveram apáticos nas redes sociais.
Hoje, influenciadores de direita, como Bernardo Küster e Leandro Ruschel, ajudaram a amplificar a hashtag crítica aos veículos de comunicação.
Já a #BolsonaroDay, repercutiu nas redes sociais do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), do senador Humberto Costa (PT-PE) e da ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB-RS).
A discussão do assunto ficou concentrada nas redes sociais.
Buscas no Google relativas a Bolsonaro ainda se referiam ao pronunciamento de ontem - demonstrando interesse por parte dos internautas no conteúdo.
Marília aproveita para bater em Bolsonaro No dia 1º de abril, em que o presidente Jair Bolsonaro postou e depois apagou mais uma notícia falsa nas redes sociais, a deputada federal Marília Arraes protocolou um projeto de lei que torna crime de responsabilidade a disseminação ou compartilhamento por ocupante de cargo, função ou emprego público de informação falsa, sem fundamento ou difamatória.
Marília Arraes disse que a proposta fortalece outras proposições que já estão em andamento no Congresso Nacional e querem combater o avanço das fake news, principalmente nesse período de conscientização sobre a necessidade de isolamento social por conta do coronavirus. “É importante ressaltar que nos últimos dias o Twitter, Facebook e Instagram excluíram outras fake news postadas por Bolsonaro.
Cargos públicos exigem discernimento e faltar com a verdade e distorcer informações violam diretamente os princípios constitucionais que orientam a administração pública quanto a Impessoalidade e à Moralidade e distorce os princípios da Legalidade e da Publicidade”.