Por Manoel Fernandes, diretor da BITES, em informe ao blog Às 22h de hoje, o Sistema Analítico BITES registrou o menor número de perfis únicos no Twitter dos últimos 15 dias produzindo posts em apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
O tom mais contido do pronunciamento pode ter contribuído para apatia dos bolsonaristas em busca de elementos novos para um confronto no universo digital.
O grupo esperava por novos ataques à mídia, ao Congresso Nacional, aos governadores e outros setores críticos ao papel do governo federal diante da pandemia do Covid-19.
O pico do entusiasmo dos aliados de Bolsonaro aconteceu em 25 de março, dia seguinte ao seu discurso de negação das orientações da OMS, quando 169 mil perfis publicaram 995 mil tweets de apoio ao presidente.
Enquanto a rede de apoio ao presidente ficou mais estática, a oposição manteve a estratégia de ataque, mas nada parecido ao que aconteceu no último dia 24 quando Bolsonaro adotou uma postura mais belicosa.
Naquele dia, 30 minutos após o pronunciamento, a opinião pública digital já havia produzido 547 mil posts no Twitter em torno do presidente com uma taxa de negativos de 43% contra 16% de positivos.
Hoje, no mesmo intervalo, esse volume estava em 139 mil para uma taxa de 33% de negativos e 16% de positivos.
Na mídia profissional e alternativa, considerando os 6.206 textos publicados no Brasil nas últimas três horas, o conteúdo recordista não era sobre o pronunciamento de Bolsonaro ou o novo panelaço.
O primeiro lugar com 26 mil interações no Facebook e Twitter era o anúncio do presidente Trump que poderá impedir voos para os EUA a partir do Brasil.
Como na noite de hoje, Bolsonaro se manteve distante da polêmica, a sua relação com Trump é que deve ser o destaque nas próximas horas junto à opinião pública digital.
No Google, o pronunciamento de Bolsonaro era o tema mais procurado às 21h com mais de 200 mil consultas e o grande interesse envolvia a citação do presidente sobre o diretor da OMS, Tedros Adhamon.
Os estados mais ricos e afetados pela pandemia no Brasil eram os mais interessados em consultar informações do discurso.
Enquanto o interesse médio no Google em Minas Gerais ficou em 73 na escala de 0 a 100, no Pará estava em 39 e 30 no Acre.
Esse dado revela que o pronunciamento de Bolsonaro não gerou discussão uniforme no País, como no dia 24.