Por Manoel Fernandes, diretor BITES O esperado aconteceu.

Nos últimos sete dias, o interesse de parte da opinião pública digital em torno do seguro desemprego alcançou o maior nível das últimas 52 semanas.

Na escala de 0 a 100 do Google que mede esse comportamento das consultas, a taxa média chegou em 94 na noite de ontem, dia 29, contra 63 registrada em 31 de março de 2019.

O medo de demissões ganhou o Brasil e esse fluxo não encontra respostas oficiais capaz de tranquilizá-lo.

A busca que mais cresceu nesse intervalo (600%) foi “como dar entrada no seguro desemprego 2020” seguida de “como da entrada no seguro desemprego on line” com uma variação de 450% em relação ao período anterior mapeado pelo Sistema Analítico BITES.

Essa tendência também se reflete no Twitter.

Em 23 de março passado, os usuários do serviço registraram o pico de menções (41.528), equivalente a 33% dos posts publicados nos últimos 12 meses sobre o tema.

Esse dia foi sintomático em função da reversão pelo presidente Bolsonaro do artigo da medida provisória que permitia a suspensão por até 4 meses do contrato de trabalho.

O mesmo fenômeno que se repetiu no site do Ministério do Trabalho.

Lá, seguro desemprego foi a palavra que mais gerou visitas a partir do Google nos últimos 28 dias.

TRÁFEGO DO LINKEDIN Sites de vagas também foram impactados com a possibilidade da perda de emprego em função da crise.

O Linkedin registrou um incremento no seu tráfego no Brasil.

Saiu de 880 mil visitas no dia 22 de março para 2,6 milhões no dia da mudança de planos do presidente sobre a suspensão dos contratos.

O acréscimo em menos de 24 horas foi de 195,5%.

Algo bem similar ao que aconteceu no site Vagas.com.br que em menos de 24 horas registrou um aumento de 43% no seu tráfego.

BOLSONARO E A CRISE No campo da mídia profissional e de sites alternativos, o desemprego esteve presente em 4.783 artigos desde 30 de janeiro.

O texto de maior repercussão com 580 mil interações no Facebook e Twitter foi publicado em 22 de março pelo Correio Braziliense com a entrevista de Bolsonaro afirmando que “desemprego é crise muito pior do que coronavírus.” PSL E PSOL RIVALIZAM Na Câmara dos Deputados, PSL e PSOL rivalizaram sobre o tema nas últimas duas semanas.

Os parlamentares bolsonaristas fizeram 30 posts e conseguiram 76.354 mil interações no Facebook, Twitter e Instagram contra 76.121 do PSOL, responsável por 40 menções ao tema.