A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco confirmou o primeiro caso de Covid-19 em Fernando de Noronha.
O homem de 48 anos, é funcionário terceirizado da empresa Dix, que administra o aeroporto da ilha, e está em isolamento no alojamento da empresa.
Todos que tiveram contato com o paciente, um total de 11 pessoas, foram colocados em quarentena, em quartos separados e estão sendo devidamente monitorados e testados para evitar a propagação do vírus no arquipélago.
O funcionário era um dos cinco casos suspeitos que aguardavam resultado de exames, conforme foi informado pela Administração Distrital na semana passada.
Desses casos, três foram descartados e um ainda aguardava resultado.
O paciente está isolado desde o último dia 24, quando apresentou febre e foi orientado a fazer o exame para coronavírus. “Já fizemos o recolhimento dos testes das onze pessoas que tiveram contato com o rapaz infectado e esse material será enviado ao Recife para análise assim que chegar o primeiro avião”, disse o administrador da ilha, Guilherme Rocha, que tranquilizou sobre o estado de saúde do paciente: “Ele está bem, isolado em casa, não tem doença pré-existente, crônica, sem sinais de agravamento.
Portanto, é um caso controlado.
E o rapaz vai superar essa doença”.
Em nota, a Dix Aeroportos informou que “vem prestando assistência a todos os colaboradores e trabalhando em sinergia com as autoridades locais a fim de mitigar a propagação da pandemia na Ilha”.
O administrador Guilherme Rocha disse que esse caso positivo para a Covid-19 só reforça a necessidade do pedido que vem fazendo nos últimos dias de forma ininterrupta à população noronhense ,de não sair da casa. “Infelizmente, a gente tem visto as pessoas relaxando um pouco, saindo de casa, indo às ruas, e não se apegando ao que a gente tem dito, que é para sair das residências apenas para o extremamente necessário”, disse Guilherme Rocha. “Os casos ocorridos no mundo, inclusive com milhares de mortes em países como Itália, Espanha, China e Estados Unidos, que precisam servir de alerta para a população local”. “Reiteramos o papel que cada noronhense deve exercer nesta guerra.
De nada adiantam as ações e o trabalho que os governantes vêm fazendo, se a população também não fizer a sua parte, não compreender qual é a sua função”.
O administrador diz que não há motivo para pânico na ilha. “O caso confirmado já estava sendo monitorado pelo grupo técnico de gestão do distrito, que trabalha sob várias perspectivas de combate à doença.
Estamos na ilha buscando alternativas de enfrentamento ao coronavírus.
Não estamos colocando a polícia na rua à toa para tirar pessoas da praia, tirando de festas particulares, porque a gente quer fazer o mal.
Pelo contrário, estamos querendo salvar vidas.
Queremos que Noronha volte a ser como sempre foi, daqui há dois, três meses”, diz Guilherme.
Por ter uma área geográfica pequena, Noronha facilita o contato entre muitas pessoas, favorecendo a disseminação do vírus se os moradores não deixarem de circular pela ilha.
De acordo com o superintendente de Saúde da ilha, Fernando Magalhães, a circulação do coronavírus já é uma realidade em Noronha, mas a vigilância epidemiológica está preparada para investigações de suspeitas e o Hospital São Lucas também está preparado para eventuais casos.
Ele reafirma que, no momento, apenas uma alternativa é eficaz. “Só existe uma forma de parar a circulação do vírus, que é ficando em casa.
O fator geográfico que pode ser um problema por conta do tamanho do território, caso a doença se dissemine, também é um ponto positivo, justamente por estar isolada do continente, distante 545 quilômetros do Recife”. “Noronha vai ser o primeiro o lugar do Brasil que irá se livrar do vírus.
Nós temos condições.
Deus nos deu essa condição geográfica que sempre nos impôs as maiores dificuldades, mas essa condição geográfica, afastada do continente, será responsável por nos livrarmos do coronavírus.
Não tem lugar mais isolado no Brasil do que Fernando de Noronha.
Justamente por isso iremos vencer essa guerra.
No entanto, os noronhenses precisam entender qual o papel deles”, disse Guilherme Rocha.