Por Manoel Fernandes, do Bites, em informe para o blog Ao defender o adiamento das eleições municipais de outubro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, amplificou um movimento de custo elevado para os políticos.

De maneira esperada a ideia da mudança no calendário não agradou aos parlamentares federais, estaduais e vereadores, mas eles podem ser surpreendidos com o desejo crescente da opinião pública digital pelo uso do fundão no combate ao Coronavírus.

Na Câmara dos Deputados, desde o dia 20, os parlamentares produziram 13.863 posts em seus perfis oficiais no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube.

Dedicaram 4.862 (35% do total) ao Coronavírus e reservaram 134 para comentar a ideia do ministro (1%).

Algo semelhante aconteceu com as publicações dos deputados estaduais e distritais do DF e vereadores das 27 capitais, mapeados pelo Sistema Analítico BITES.

Foram 24.496 posts no período, sendo 2.748 (11%) sobre a pandemia e escassos 64 para abordar a transferência da eleição para 2021.

Com sua propagação limitada, a proposta de Mandetta ficaria encoberta por outros assuntos mais relevantes nesse momento, como muitos políticos calcularam.

Nesse contexto, o resultado foi positivo, mas a opinião pública começou a falar, não das eleições, e sim da cota de sacrifício de deputados e vereadores sintetizada nos R$ 2 bilhões do fundo eleitoral, que nas buscas aparece como fundo partidário demonstrando que parte dos brasileiros ainda não entende a diferença entre os dois mecanismos.

Houve crescimento do interesse nas buscas no Google em torno do Fundão, especialmente sobre qual o volume de recursos reservado para a eleição, que poucos se lembram.

E o político mais associado ao assunto está sendo o presidente da Câmara Rodrigo Maia.

Essa pressão também está chegando de personalidades, como a cantora Ivete Sangalo que lidera movimento de artistas pelo uso do fundo no combate ao Coronavírus.

O seu post no Instagram convocando os políticos nessa direção alcançou 482 mil likes e 23 mil comentários.

A rede de Ivete é de longo alcance porque é formada por 61,8 milhões de fãs e seguidores, um pouco menos que o dobro daqueles que seguem o presidente Jair Bolsonaro.

No Twitter, o fundo apareceu em 109 mil menções nos últimos sete dias e as hashtags fundoeleitoralparasaude, fundaoprocorona, fundaoparaocorona, fundopartidarioparacombatercovid19, fundaoparasaude, cadacentavoconta, deputadosdoemofundao, liberemofundaoparaasaude e fundaoeleitoralparacovid19 foram associadas em 49 mil posts.

E entre as mensagens de maior propagação no Twitter, a primeira posição ficou com o deputado federal do PSL, Eduardo Bolsonaro, que alcançou 9 mil RTs com o post abaixo.

Uma pauta com grande apoio popular é reverter os R$ 2 bilhões do fundão eleitoral para o combate ao COVID-19 - o que inclui a manutenção dos empregos também.

Concorda?