Por Manoel Fernandes, Diretor BITES Na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro foi ao programa do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, com a intenção de se dirigir às camadas mais populares do País para tentar explicar suas ações diante do Covid19.

O resultado não foi satisfatório.

Até às 10h30 de hoje, o encontro havia produzido 11.268 posts no Twitter, quando o Sistema Analítico BITES fez a primeira medição do dia.

A audiência da plataforma estava mais ocupada acompanhar menções contra Bolsonaro em relação ao termos “gripezinha” (46.732) e exames do coronavírus não divulgados pelo presidente (83.753).

No algoritmo da tração, aplicado com êxito por BITES para antecipar resultados da eleição de 2018 e que mede a capacidade de uma marca ou influenciador amplificar as suas mensagens dentro do universo digital, o presidente atingiu ontem o seu menor nível nos últimos 30 dias.

Esse comportamento indica até aqui que os conteúdos de Bolsonaro não estão conseguindo romper a fronteira dos seus seguidores mais fiéis, e mesmo nesse grupo já começa a perder aderência.

Nesse contexto, a curva do brasileiro é muito parecida com Donald Trump.

O fluxo negativo também se refletiu no Google.

Hoje pela manhã, o maior interesse de quem buscava informações sobre o presidente estava associado a ideia de que Bolsonaro se recusa a mostrar os seus exames de Covid19, ao problema da “gripezinha” e ao enfrentamento do presidente com os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Na mídia clássica e alternativa, os sites bolsonaristas também estão trabalhando intensamente publicando textos para mitigar o risco reputacional do presidente.

Nas últimas 24 horas, Bolsonaro foi citado em 3.728 publicações, sendo que a mais compartilhada com 241 mil interações no Facebook e Twitter saiu no Jornal da Cidade Online e diz que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, colocou 1.300 pessoas em risco e a mídia silenciou.

A rede de apoio de Bolsonaro nem pode comemorar esse resultado porque os outros seis artigos de maior propagação nesse período são negativos e somam 1 milhão de interações.

Como já comentamos nos relatórios dos últimos dias, a rede de aliados digitais do presidente Jair Bolsonaro está tão ativa agora como na eleição de 2018.

Todas as energias desse grupo se voltaram para protegê-lo e atacar seus críticos, especialmente a mídia e jornalistas, mas, por enquanto, a reação tem se mostrado muito mais forte do que havia antes.

NA SEMANA, 64,4% DAS NOTÍCIAS SOBRE COVID19 NO MUNDO Hoje até às 11h, entre os 2,8 milhões de artigos produzidos por sites de notícia e veículos alternativos no mundo, 64,4% foram dedicados à pandemia.

No Brasil, a taxa ficou em 45%.

Foram 285 mil textos no total, sendo 129 mil com informações do Covid19.