Autora do pedido de impeachment que levou ao afastamento de Dilma Rousseff (PT), a deputada estadual por São Paulo Janaína Paschoal (PSL) defendeu nesta segunda-feira (16) o afastamento de Jair Bolsonaro (sem partido) da presidência da República.
No caso do atual presidente, para a parlamentar, houve crime contra a saúde pública ao incentivar e participar de uma manifestação a favor do seu governo em meio à pandemia de coronavírus. “As autoridades têm que se unir e pedir pra ele se afastar, não temos tempo para um processo de impeachment”, afirmou Janaína Paschoal na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
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Deixa o Mourão, que entende de defesa.
Nosso país está entrando numa guerra contra um inimigo invisível”. ? “Quando as autoridades têm o poder e dever de tomar providências para evitar um resultado danoso e assim não procedem, elas respondem por esse resultado.
Isso é homicídio doloso”, disse ainda. “Vai ser atribuído ao governador [João Doria, de São Paulo, pelo PSDB] e, principalmente, ao presidente da República.
O que ele fez ontem [domingo, 15] é inadmissível, injustificável, indefensável. É um crime contra a saúde pública, desrespeitou a ordem do seu ministro da saúde”. » Bolsonaro ‘atropela a democracia’, diz Humberto Costa sobre manifestação » Partido Novo critica ida de Bolsonaro a manifestação: ‘Precisamos de responsabilidade’ » Deputado da base de Bolsonaro vai a manifestação e ironiza coronavírus » Bolsonaro deixa isolamento, vai a manifestação e cumprimenta apoiadores » Em meio a pandemia de coronavírus, Bolsonaro publica imagens de manifestações no Brasil » Câmara do Recife controla acesso e proíbe viagens por causa do coronavírus Bolsonaro deixou a quarentena a que estava submetido para passar por novos exames para detectar coronavírus, depois de integrantes da sua equipe que viajaram com ele para os Estados Unidos terem sido diagnosticados com a doença.
Bolsonaro primeiro fez uma carreata improvisada e depois cumprimentou apoiadores com apertos de mão.
Ele também publicou fotos e vídeos dos atos pelo Brasil nas suas contas oficiais nas redes sociais. “Como um homem que está possivelmente infectado vai para o meio da multidão?
Como um homem que faz uma live na quinta e diz para não ter protestos vai para esses mesmos protestos e manda as deputadas que são paus mandados dele chamarem o povo para as ruas?”, questionou Janaína Paschoal. “Eu me arrependi do meu voto”.
No início da semana, Bolsonaro minimizou os efeitos da doença, afirmando que seria uma “fantasia” da mídia.
Dois dias depois, no entanto, fez uma transmissão ao vivo usando máscara reconhecendo a gravidade da infecção para idosos como ele.
Em pronunciamento, o presidente recomendou que as pessoas repensassem a ida aos protestos.
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