A barreira agora é a pandemia Da Equipe de Análise BITES, em São Paulo Até o início da tarde dessa quarta-feira, os aliados do presidente Jair Bolsonaro dentro do universo digital estavam trabalhando de maneira intensa para os atos programados para o próximo domingo, 15.
No histórico de outras manifestações semelhantes mapeadas pelo Sistema Analítico BITES, a rede de apoio do presidente nunca havia produzido tanto conteúdo como agora.
Tudo caminhava bem até o anúncio da OMS sobre a pandemia do Covid19.
Com esse novo fato, a taxa de incerteza aumentou sobre a intensidade dos atos de apoio ao presidente, mesmo com a entrada da Secom que fez um post no seu Twitter citando as manifestações.
Os bolsonaristas podem dobrar a aposta ou adotarem um recuo estratégico.
Nos últimos 30 dias, os posts em torno dos atos alcançaram 6,3 milhões de tweets.
Um recorde em relação ao último grande movimento do bolsonarismo em maio de 2019 quando as ruas foram invadidas por defensores da reforma da previdência.
Há um ano, 30 dias antes das manifestações, os tweets somaram 2,8 milhões de posts.
Até às 14h de hoje quando a Organização Mundial da Saúde decretou a pandemia do Coronavírus, os bolsonaristas não estavam tão preocupados com a presença nas ruas no próximo domingo.
De maneira geral, eles sabiam que a opinião pública digital não estava tão interessada no Covid19, como se reflete dentro do mundo digital.
Os sinais mostravam que o grupo conseguiria algum êxito.
As buscas sobre o problema no Google registraram o seu maior pico em 26 de fevereiro após a divulgação do primeiro caso descoberto no Brasil.
Desde então, na escala de 0 a 100 do Google, o interesse estava caindo até chegar ao patamar de 39 de interesse na última segunda-feira, 09. Às 13h40 de hoje, o a taxa voltou para 100, retornando para 81 às 14h30.
A variável da pandemia será a grande barreira que o bolsonarismo precisará transpor em caso de continuar com a estratégia para o próximo domingo.
Desde o início do mês, os influenciadores digitais ligados ao presidente estão utilizando seus perfis nas redes sociais para a convocação de aliados no dia 15.
Os mais frequentes foram o site Conexão Política, o empresário Luciano Hang e o editor do Terça Livre Alan dos Santos.
Mas, uma voz se levantou na direção contrária.
O cantor Lobão, que apoiou o presidente Bolsonaro e agora o critica, fez o movimento contrário e produziu 42 posts em suas redes sociais contra os atos de domingo.