Da Equipe da BITES, em São Paulo Em 2009, quando o vírus H1N1 assustou o mundo com a gripe suína, 25% da população do planeta estava conectada à Internet.
Hoje, o percentual é de 58% com 4,6 bilhões de usuários.
No Brasil havia 68 milhões de internautas contra os atuais 130 milhões.
Eram 174 milhões de celulares com baixa capacidade de navegação e produção de conteúdos em tempo real.
Hoje existem 227 milhões de aparelhos em operação, sendo 196 milhões das tecnologias 3G e 4G que permitem uma navegação tranquila em redes sociais e sites de notícia.
Esses números revelam o grau de complexidade que as autoridades brasileiras enfrentarão na guerra de informação em torno do Coronavírus.
Na medida que a epidemia cresce com a confirmação de novos casos, a boataria também se expande em velocidade muito maior.
O País vai assistir nas próximas semanas uma profusão de notícias falsas, receitas milagrosas e a propagação de fatos inverídicos que poderão gerar ressentimento e até pânico generalizado.
Essa onda já está em formação e poderá se transformar em um tsunami.
Hoje, durante todo o dia, as buscas no Google para o Coronavírus foram impactadas com a informação que Loló, composto à base de clorofórmio e éter, utilizado em festas e no Carnaval e muito similar ao lança perfume, era capaz de curar a doença. É uma brincadeira criada a partir de uma notícia falsa que circulou em grupos fechados no Whatsapps, mas diante do volume de buscas no Google, a informação pode ganhar alguma veracidade entre os mais desavisados.
O ressentimento se expressou em vários posts no Twitter entre os 923 mil produzidos nas últimas 24 horas sobre o vírus.
Em 5% dessas publicações vários perfis responsabilizaram os mais ricos, viajantes internacionais, pela chegada do vírus em território brasileiro.
O tweet em torno desse tema trazia a seguinte mensagem: @blxckgirls: gente rica como sempre trazendo desgraça ; O Brasil investiga outros 20 casos suspeitos de coronavírus. 12 deles envolvem pessoas que estiveram na Itália Nesse contexto, as discussões sobre a natureza da distribuição do vídeo de convocação dos atos do dia 15 de março pelo presidente Bolsonaro perderam amplitude e não impactaram de maneira decisiva a opinião pública digital, como BITES havia relatado nos dois alertas de ontem, dia 26.
O interesse pelo Coronavírus continua sendo sete vezes maior do que o tema que movimentou parte da classe política nas últimas 24 horas.