Por Manoel Fernandes, da Bites, em artigo enviado ao blog A possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros agendada para amanhã, data da votação da ação direta de inconstitucionalidade da tabela do frete no STF, não está encontrando ressonância junto à opinião pública digital.
Os sinais identificados pelo Sistema Analítico BITES indicam que o movimento está isolado e sem apoio.
O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Walace Landim, conhecido como Chorão, diz que a categoria deve seguir em frente.
Nossas análises indicam que parte da opinião pública digital começa a desconfiar do movimento em função da aproximação de políticos e legendas de oposição ao governo Bolsonaro.
Nessas circunstâncias, como acontece desde a chegada do presidente ao Palácio do Planalto, grupos antipetistas se reagrupam para apontar o partido do ex-presidente Lula como responsável por movimentos contrários à recuperação da economia.
Seguindo essa lógica, a possibilidade da greve irá estimular novamente o conflito nas bolhas ideológicas do PT e do bolsonarismo com uma variável em favor do presidente da República: o campo neutro caminha na direção de criticar qualquer novo movimento de caminhoneiros.
O líder Chorão costuma alcançar boa repercussão na mídia tradicional, sendo mencionado desde 2018 como liderança dos caminhoneiros e tendo se reunido inclusive com ministros de Estado nas negociações coletivas da categoria. É uma liderança de um campo difuso.
Apesar disso, tem pouca repercussão nas redes sociais.
Na eleição de 2018, quando tentou vaga de deputado federal por Goiás, teve só 14,2 mil votos e não se elegeu.
De qualquer forma, o sindicalista afirmou que os caminhoneiros paralisados não irão impedir a passagem de outros automóveis nas rodovias.
Em grupos de caminhoneiros no Facebook mapeados por BITES, apesar da insatisfação com a falta de repasse de diminuição do preço do diesel nas bombas, não há menção ou endosso a greve no último mês.
Ontem, o confronto entre a Polícia Militar e caminhoneiros que protestam na entrada do Porto de Santos foi, até 17 horas da segunda-feira (17), pauta de quatro veículos de imprensa: Revista Fórum, A Tribuna de Santos, Diário do Litoral e G1.
A confusão ocorreu por volta de 12h30, quando parte dos manifestantes tentou bloquear uma das entradas no porto.
Presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos da região, Alexsandro Viviani, mais conhecido como “Italiano”, chegou a ser detido, mas já foi liberado.
No Google, as buscas para a expressão greve nas últimas quatro horas trazem consultas de maior interesse sobre a greve de ônibus de São Luís, mas há buscas em torno dos caminhoneiros impactados pelo noticiário de hoje cedo.
A repercussão desses artigos de sites de notícia está sendo baixa.