Manoel Fernandes, Diretor BITES, em informe ao blog No uso de redes sociais como instrumento de campanha eleitoral e divulgação de ações administrativas, o governador João Doria se equipara ao fenômeno do presidente Bolsonaro, considerando que a trajetória do tucano começou em 2016 quando venceu a disputa pela prefeitura de São Paulo.
Hoje com 4,7 milhões de seguidores no Facebook, Twitter e Instagram, o tucano ainda administra um ativo relevante junto à opinião pública digital.
Ele lidera o ranking de 27 governadores acompanhados pelo Sistema Analítico BITES.
O segundo colocado, Ronaldo Caiado, tem 1,6 milhão de fãs.
No médio prazo, a liderança Doria está longe de ser ameaçada, mas o alerta deveria ser ligado porque há um movimento em torno do governador de São Paulo sem paralelo com as redes sociais dos outros 26.
O tucano está perdendo seguidores regularmente nos seus perfis.
Mesmo administrando o estado com o maior volume de usuários de Internet do País: 35 milhões.
A maior debandada está acontecendo no Facebook.
De 12 de agosto do ano passado até às 18h de hoje, 49.915 perfis abandonaram Doria nessa plataforma.
E outros 28.187 deixaram de acompanhar suas postagens no Instagram.
Apenas Renan Filho (PMDB) de Alagoas passou por situação parecida no mesmo período.
Mesmo assim, o filho do senador Renan Calheiros perdeu 596 seguidores da sua base atual de 267 mil.
No campo oposto, o governador Wilson Witzel ganhou 336.788 seguidores no mesmo recorte de tempo.
Flavio Dino do PC do B do Maranhão conquistou outros 204.844.
Witzel também superou Doria na capacidade de gerar compartilhamentos para suas publicações no Facebook.
Ele fez 643 publicações e alcançou 143.620 compartilhamentos.
Doria produziu 790 posts na sua fanpage oficial e registrou 103.966 compartilhamentos.
O Rio de Janeiro tem 15 milhões de internautas.
Várias hipóteses podem ser consideradas para essa tendência na base digital de Doria.
Uma delas aponta na direção do governador deixar de ser a novidade do cenário político nacional junto à opinião pública digital.
Uma segunda seria a resultante da incapacidade de políticos de centro encontrarem espaço na atual polarização entre PT e o presidente Bolsonaro.
Esse argumento pode ser reforçado também com a queda na base de fãs de Luciano Huck.
No mesmo intervalo medido para Doria, o apresentador perdeu 176.202 fãs apenas no Facebook. diante da sua base de 37,2 milhões de seguidores.
Além disso, o noticiário de sites da mídia profissional e alternativa não estão ajudando na construção da imagem de Doria.
Desde novembro do ano passado, o tucano apareceu em 3.447 artigos de sites de notícia, mas os dois com maior taxa de compartilhamento no Facebook são negativos para o governador.
O primeiro alcançou 121 mil compartilhamentos e criticava a influência de Doria no programa Roda Viva da TV Cultura durante a última entrevista de Sérgio Moro.
A emissora é uma fundação ligada ao governo paulista.
O segundo artigo saiu no site do jornal Tribuna do Norte de Natal com a imagem do governador em um encontro no final de ano em Miami com o ex-senador Eunício Oliveira, o secretário de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.