Por Rodrigo Jungmann, Professor de Filosofia, UFPE Vem de ser lançado O Livro Negro do Comunismo no Brasil, obra extensa, que promete dar o que falar.
Na contramão da historiografia esquerdista corrente, o diplomata Gustavo Marques Bezerra questiona em toda linha o que reputa como versões falsas de fatos e acontecimentos de notável relevância para o nosso país.
Em tom sempre desafiador, Gustavo lança aos seus leitores as seguintes teses, dentre outras, que aqui tomo a liberdade de numerar: “1) O Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi um instrumento da política da URSS, totalmente submisso às ordens de Moscou desde sua fundação; 2) A Coluna Prestes cometeu atrocidades contra a população civil, como roubos, saques, estupros e assassinatos; 3) Comunistas promoveram uma guerrilha no Paraná nos anos 1950 para tomar o poder; 4) O PCB vendia o voto nas eleições para fazer caixa; 5) O governo João Goulart favorecia esquemas de corrupção de empreiteiras e tinha objetivos golpistas; 6) A ideia de que o golpe de 1964 foi orquestrado pelos EUA é produto de desinformação por parte dos serviços de espionagem dos países comunistas; 7) Antes de 1964, já existiam guerrilhas de esquerda no Brasil; 8) Os grupos de esquerda armada nos anos 1960/70 desejavam instaurar um regime ditatorial e eram, sim, terroristas; 9) Os terroristas de esquerda vitimaram pessoas inocentes e executaram militantes por suspeita de traição; 10) O número de mortos pelos terroristas é provavelmente maior do que o divulgado; 11) O crime organizado de hoje é, em parte, um legado da esquerda armada”.
Não sendo historiador, sou incapaz de ajuizar da correção de cada uma dessas teses.
O que posso afirmar é que O Livro Negro do Comunismo no Brasil é persuasivo, bem escrito e fartamente documentado, com uma bibliografia que supera a marca de 400 obras e com mais de 2400 notas.
Gustavo deseja vivamente debater sobre seu livro com intelectuais de esquerda.
De minha parte, sem fazer qualquer prejulgamento, espero que se apresentem tais debatedores, que os debates transcorram numa atmosfera de respeito mútuo, em ambientes tranquilos e sem claques raivosas de qualquer sorte.
O tempo dirá se o desafio proposto por Gustavo será aceito.