O líder do PT no Senado, Humberto Costa, afirmou neste domingo (26), que, apesar de ser importante, a posição do ex-presidente Lula em defesa da candidatura da deputada federal Marília Arraes à Prefeitura do Recife não é o único fator para que o partido decida lançá-la na disputa. “O processo está começando agora, tem muito calendário pela frente”, disse. “Pode ser que visão dele [de Lula] mude, que a visão da maioria seja diferente.

Mas, se eventualmente for de ter candidatura e for ela [Marília Arraes], vamos apoiar”.

O senador é do grupo do PT no Recife que defende a manutenção da aliança com o PSB, não a candidatura de Marília Arraes.

LEIA TAMBÉM » Lula diz que PT deve lançar Marília Arraes para a Prefeitura do Recife » Após Lula acenar para Marília Arraes, presidente do PT no Recife mantém defesa de aliança com PSB Para o Humberto Costa, porém, não foi uma surpresa a declaração de Lula. “Essa posição dele já é sabida.

Ele já disse que acha que o PT deve lançar candidaturas a prefeito nas capitais e cidades com propaganda de rádio e TV.

Já é posição que a gente conhece e agora vai ouvir posições diferentes”, afirmou.

Na próxima terça-feira (28), Humberto Costa, Marília Arraes e outros nomes do PT vão se reunir com Lula para falar sobre o cenário eleitoral no Recife. “Naturalmente que isso [a defesa de Lula pela candidatura própria na capital pernambucana] tem um peso.

Dizer que a posição de Lula não pesa é um equívoco, mas não é a única coisa”.

Humberto Costa afirmou que os diretórios municipal e estadual ainda deverão se posicionar sobre as eleições e, depois disso, o nacional.

Este mês, a executiva municipal aprovou uma resolução pela permanência do PT na Frente Popular, liderada pelo PSB.

Questionado sobre a previsão para que o PT decida se vai ter candidatura ou não no Recife, o senador afirmou que o calendário também deve ser discutido na reunião com Lula. “Na minha opinião, deve ser o mais breve possível, para evitar aquelas novelas intermináveis”.

PT e PSB Aliados históricos, PT e PSB romperam no Recife em 2012, quando o ex-governador Eduardo Campos, primo de Marília Arraes, aproveitou uma crise entre os petistas para lançar a candidatura do atual prefeito, Geraldo Julio (PSB).

Nacionalmente, o fim da aliança foi em 2013, para viabilizar a candidatura dele em oposição a Dilma Rousseff (PT).

Em 2014, o PT entrou na chapa de Armando Monteiro Neto (PTB), derrotado pelo governador Paulo Câmara (PSB).

Naquele pleito, nenhum deputado federal foi eleito pelo partido.

Em 2016, o PT teve como candidato o ex-prefeito João Paulo, hoje no PCdoB, que perdeu para Geraldo Julio.

Já para 2018, inicialmente foi levantada a candidatura de Marília Arraes, retirada por decisão da executiva nacional do PT, com articulação de Humberto Costa, que foi reeleito senador na chapa de Paulo Câmara.