Apontado como possível candidato a presidente da República ou a vice em 2022, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, buscou minimizar as chances de postulação em entrevista ao Roda Viva na noite dessa segunda-feira (21). “O ministros do governo Jair Bolsonaro vão apoiar o presidente, esse é o caminho natural.

Eu não tenho essa pretensão”, respondeu, ao ser questionado se disputaria as próximas eleições.

Moro é hoje o ministro mais bem avaliado do governo e tem popularidade maior do que a do próprio presidente.

O ministro afirmou que tem “que ter bastante pé no chão”. “Essas questões de popularidade vêm, vão, passam.

O importante para mim é fazer o meu trabalho”.

Moro foi, então, questionado se assinaria um documento garantindo que não seria candidato em 2022. “Não faz o menor sentido assinar um documento desses, porque muitas pessoas assinaram e depois rasgaram”, disse.

Quem manda é Bolsonaro Com Moro na pasta, o governo adotou pauta contrárias a ele.

Bolsonaro sancionou o pacote anticrime com a criação do juiz de garantias, em oposição ao que é defendido por Moro.

Quando o presidente decidiu pela suspensão dos radares nas rodovias, o que acabou não vigorando por decisão judicial, o ministro também foi contrariado. “Eu sou ministro do Poder Executivo, existe um chefe do Executivo, existe uma cadeia de comando”, disse Moro. “O presidente tem sua política, política esta que ele nunca escondeu.

O presidente sempre foi muito transparente durante a campanha eleitoral.

Algumas decisões são do presidente, cabe aos ministros cumprir.

Eu não contrario publicamente o presidente”.

No Roda Viva, Moro também foi questionado por não ter se posicionado sobre o vídeo que levou à demissão do agora ex-secretário de Cultura Roberto Alvim.

Na gravação, ele aparece parafraseando o ministro da Alemanha nazista Joseph Goebbels.

Moro disse que não iria se posicionar publicamente. “Eu dei minha opinião para dentro”.