De acordo com analistas independentes da cena política local, a entrada da delegada Patrícia Domingos na disputa eleitoral majoritária do Recife pode afetar principalmente os planos dos pré-candidatos Daniel Coelho e Mendonça Filho.
A aposta é que ela corre na mesma faixa destes concorrentes, disputando o voto das classes médias e alta da cidade. “O movimento de Patrícia Domingos, com o Podemos, prejudica a posição de Mendonça e Daniel.
Eles devem estar incomodados, pois ela pode ter força no eleitorado mais identificado com os dois, o público de classe media e média alta, não é o baixa renda, não é o popular”, aponta uma fonte do blog.
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Voto de protesto não é um olhar para a cidade!”, enfatiza um crítico da novidade.
Não é só.
Com a nova player no páreo, também vai para o espaço a defesa da tese de candidatura única no Recife.
A tese havia sido defendida pelo ex-senador Armando Monteiro e outras lideranças.
Mais recentemente, aliados da oposição como Fernando Bezerra Coelho defenderam abertamente mais de uma candidatura. “As falas neste sentido mostraram-se apenas retóricas, distantes do mundo real”, afirma uma fonte do blog.
Além de Joaquim Franscico e agora da delegada Patrícia Domingos, também o pastor Jairinho havia se colocado como pré-candidato no Recife. “O cenário mudou e a verdade é que só vamos ter um cenário mais claro depois do Carnaval.” Pontos negativos na postulação Na avaliação de analistas da cena local, nem tudo são flores para a delegada.
Ela pode ficar isolada na direita, caso não busque composições. “Muitos encaram a candidatura dela como a negação da política.
Como se o povo não tivesse quadros que pudesse liderar uma agenda na cidade e fosse buscar uma delegado para resolver a questão.
Ela não disputou mandato, não tem experiência administrativa.
Não se trata de medo contra o novo, mas de uma falência de parte da oposição para resolver a equação dos problemas da cidade.
João Campos pode ser inexperiente, mas ele nasceu na política.
No caso dela, depois de eventualmente assumir, vai levar de três a quatro anos para aprender”.
Outros apontam ainda uma sinalização inadequada para as forças policiais. “Essa candidatura estimula um pouco o movimento de colocar mais polícia a política. É uma politização da tropa e tem um risco.
Vai ter mais e mais delegados colocando pra quebrar em prefeito,(para ser candidato depois).
O Moro é fruto disto.
O Dalagnoll gostaria de ser fruto disto, depois foi caindo. É isto que muita gente olha de lado.
Voto de protesto, de revolta, é uma coisa.
O voto de pensar na cidade é outra coisa”, analisam fontes do blog.