O ex-presidente Lula vai se encontrar nos próximos dias com a deputada federal Marília Arraes, que tenta articular a sua candidatura à Prefeitura do Recife pelo PT.

Com mais uma divisão interna no partido na capital pernambucana e parte dos petistas locais pedindo a manutenção da aliança com o PSB, a parlamentar aguarda uma posição do diretório nacional da sigla.

A informação foi publicada pela coluna do Estadão, no Jornal do Commercio, e confirmada pelo Blog de Jamildo.

São seis pernambucanos na nova composição da direção do partido no país, que tomou posse na última sexta-feira (17), em São Paulo.

Entre eles está o senador Humberto Costa, que é contrário à candidatura de Marília Arraes.

O parlamentar admite que a decisão se haverá ou não candidatura não será tomada no Recife, onde o comando do diretório aposta na permanência do PT com os socialistas.

Apesar disso, considera a possibilidade de alianças em algumas capitais.

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Apesar de ter conseguido o apoio da maioria dos delegados em Pernambuco, por decisão do diretório e da executiva nacional, a candidatura da deputada foi derrubada.

Em entrevista à Rádio Jornal na última quinta-feira (19), ela afirmou que o contexto eleitoral é diferente e citou Lula.

Marília Arraes enfatizou que o discurso do ex-presidente é por protagonismo do PT.

Após a libertação do ex-presidente da prisão, uma das primeiras agendas foi no Recife, onde participou de um festival com artistas.

Antes do evento, esteve em um almoço com o provável candidato do PSB à prefeitura, o deputado federal João Campos, que é filho do ex-governador Eduardo Campos e primo de Marília Arraes.

Depois dos shows, porém, também sinalizou para a petista e foi a um jantar com aliados na casa dela, na Zona Norte da capital pernambucana.

PT e PSB romperam no Recife em 2012, quando Eduardo Campos aproveitou um racha no partido, que não lançou João da Costa à reeleição, para viabilizar a candidatura de Geraldo Julio.

Em 2014, o PT entrou na chapa de Armando Monteiro Neto (PTB), formando a coligação também na chapa proporcional, e não conseguiu eleger nenhum deputado federal.

Já em 2018, também dividido após a desistência da postulação de Marília Arraes, os petistas formaram uma chapa “puro sangue” e foram eleitos Carlos Veras e Marília Arraes, segunda mais votada em Pernambuco.