Depois de ter feito cirurgia nos olhos e passar por breve período de repouso, o ex-governador Joaquim Francisco antecipou a volta da rotina de caminhadas, no Parque da Jaqueira, de manhã, como costuma fazer desde sempre.
Quando questionado por populares na caminhada matinal sobre uma eventual decisão sobre pré-candidatura no Recife, o ex-governador Joaquim Francisco responde com bom humor. “Joaquim Francisco precisa conversar com Joaquim Francisco (ele mesmo) ainda”, responde, com humor.
O ex-prefeito do Recife está com 71 anos, atualmente.
Entenda como o ex-governador Joaquim Francisco entrou na bolsa de apostas O nome do ex-governador Joaquim Francisco foi citado na coluna do Estadão como um nome que poderia vir a ser o candidato de Bolsonaro no Recife, nas próximas eleições.
As eventuais decisões de chapa majoritárias só devem ser arrematadas em mais alguns meses, levando tempo para serem costuradas.
No entanto, há uma estratégia por detrás das especulações do momento.
A mais óbvia delas é a idade e a experiência na política.
Os aliados ao centro e à direita podem explorar o nome do ex-governador, ex-ministro, ex-prefeito e deputado federal em contraposição com a juventude e inexperiência do candidato do PSB, João Campos.
Para rejuvenescer a chapa, uma das ideias em discussão seria justamente a colocação de um político mais jovem, como Daniel Coelho ou Priscila Krause, do Democratas.
O nome de Priscila Krause somente seria chancelado em um eventual acordo com o grupo de Mendonça Filho, que se apresenta como candidato no Recife.
Ele teria que abrir mão do projeto e ser recompensado em outro momento.
O ex-ministro e ex-governador Gustavo Krause, do Democratas, também participa do meio de campo e ajuda na armação da estratégia.
Como nada está definido, as negociações em aberto, também poderia ocorrer a inversão dos nomes e um nome mais novo assumir o comando da chapa e Joaquim Francisco aparecer para dar “estabilidade e experiência”.
Neste cenário, o nome de Daniel Coelho despontaria na cabeça de chapa.
Joaquim Francisco é um dos nomes ventilados para a disputa também por sua habilidade de transitar em muitos setores.
Não custa lembrar que em passado recentemente ele estava ao lado do grupo de Eduardo Campos, no campo da situação, antes de romper e tomar parte do governo Temer.
Se o PSDB for um problema para a decolagem da candidatura, haveria opções.
Neste caso, havendo resistências do PSDB, por parte do governador de São Paulo João Doria, adversário de Bolsonaro, o prefeito Anderson Ferreira, do PL, amigo pessoal de Bolsonaro, colocaria o partido à disposição de Joaquim Francisco, bem como a força do grupo, que também conta com o deputado federal André Ferreira.
Para se vingar, o PSB acena com a possibilidade de jogar a deputada estadual Gleide Angelo, do PSB, como candidata em Jaboatão, para derrotar Anderson Ferreira.
Aval de Gilson Machado De acordo com informações de bastidores, o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, já estaria convencido da necessidade de unir direita e centro no Recife, para derrotar a Frente Popular. “Bolsonaro corre contra o tempo para viabilizar um nome.
O partido não vai ter um nome porque não tem tradição no Recife.
Então, ele busca um nome que junta apoios e consegue aglutinar, de FBC a Bruno Araújo, de Sílvio Costa até Mendonça e Daniel Coelho.
Quem pode mais perder com este arranjo seria Mendonça, que teria que abrir mão do seu projeto”, afirma um observador da cena local.
Pouca gente sabe, mas ele é parente distante de Joaquim Francisco.
Gilson Machado Neto tem um irmão que é genro de Joaquim Francisco. “Ele é amigo e irmão de Joaquim Francisco”, diz um interlocutor bolsonarista.
Verticalização, como em Petrolina e Jaboatão dos Guararapes Como hoje trabalha diretamente com Bolsonaro, como um dos seus conselheiros para o Nordeste, a eleição de um aliado na capital pernambucana funcionaria como um ajuda para levar o Recife a um novo patamar de investimentos públicos, diante da confluência de projetos políticos.
Em Petrolina e Jaboatão dos Guararapes, esse processo deu certo e os prefeitos são próximos do governo federal e estão sendo aquinhoados com verbas federais. “Joaquim Francisco é um homem sério e experiente.
Para bater João Campos, eles estariam oferecendo um nome de envergadura.
Um nome que impõe respeito a nível nacional, além de ser um aliado do presidente da República.
Poderia chover recursos, como acontece em Petrolina”, cita um observador.
De acordo com informações de bastidores, o ex-governador Joaquim Francisco quer a missão.
Ele já se elegeu governador do Estado lá atrás, com a força do governo federal, com Collor.
No currículo, já derrotou Marcos Cunha, Jarbas Vasconcelos e Miguel Arraes.
Não é pouca coisa, mas naquela época ele era um nome em ascensão.
O que pesa negativamente nesta balança seria o fato de Joaquim Francisco ter tido uma votação declinante nos últimos anos e chegou até mesmo a retirar uma candidatura proporcional em 2018, por não ter tido apoio ou votos suficientes.
No entanto, eleições majoritárias são diferentes e as pessoas são levadas em um andor, quando tem a sorte de estar em sintonia com o tempo.
O ex-prefeito Joaquim Francisco é conhecido no Recife pela espirituosa frase “tomar a massaranduba do tempo”.