Cerca de 40 organizações do Pacto pela Democracia, uma coalizão que se apresenta como de defesa da democracia no Brasil, se manifestaram contra o pronunciamento do Secretário Especial da Cultura Roberto Alvim, que divulgou na sexta (17) vídeo institucional parafraseando trechos do discurso de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler.
A nota demonstra preocupação com a recorrência, por parte de agentes de alto escalão do governo, de declarações celebrando e homenageando torturadores, violadores dos direitos humanos e regimes autoritários.
Para a coalizão, não basta que o Secretário Especial de Cultura seja demitido. “É fundamental que o corpo de ministros e secretários seja escolhido tendo como princípio basilar o compromisso com a democracia brasileira”.
Confira nota completa abaixo DEMISSÃO É POUCO, APOLOGIA AO NAZISMO É INTOLERÁVEL O Pacto pela Democracia repudia com veemência o pronunciamento do Secretário Especial da Cultura Roberto Alvim, que divulgou ontem (16) vídeo institucional parafraseando trechos do discurso de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler.
Para defender um projeto de cultura ultranacionalista, Alvim toma como inspiração expressões e estética usadas por um dos idealizadores do nazismo e figura reconhecidamente antissemita.
Seu discurso é ultrajante à memória de milhões de vítimas que foram perseguidas e exterminadas pelo nazismo.
Nenhum regime democrático deve admitir referências e apologias a um dos períodos mais sombrios da história.
A reação da sociedade em repúdio ao pronunciamento foi contundente.
Organizações da comunidade judaica como a Confederação Israelita do Brasil, a Federação Israelita do Estado de São Paulo e o coletivo Judeus pela Democracia se manifestaram.
Na esfera política, os presidentes da Câmara e do Senado pediram a demissão do Secretário, bem como a OAB Nacional.
Os presidentes do STF e da PGR também repudiaram publicamente.
Diversas organizações da rede do Pacto também expressaram seu repúdio, entre elas Acredito, Conectas Direitos Humanos, RenovaBR, Movimento AGORA! e Livres.
Após a onda de protestos e manifestações de repúdio, Roberto Alvim foi demitido.
Contudo, é importante destacar que não se trata apenas de um posicionamento individual do secretário, mas sim de uma peça de comunicação institucional do governo federal, produzido e aprovado pelo aparelho de Estado brasileiro.
Tem se mostrado recorrente, por parte de agentes de alto escalão do governo, declarações celebrando e homenageando torturadores, violadores dos direitos humanos e regimes autoritários.
Tais declarações foram sistematizadas na Retrospectiva 2019: Democracia no Brasil.
Assim, não basta que o Secretário Especial de Cultura seja demitido. É fundamental que o corpo de ministros e secretários seja escolhido tendo como princípio basilar o compromisso com a democracia brasileira.