O deputado federal Tadeu Alencar, líder do PSB na Câmara, declarou-se “estarrecido” com o discurso do secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim.

Em vídeo promocional de sua pasta, Alvim pregou um modelo de cultura de viés nazista, inclusive citando trechos completos de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler.

O vídeo refere a um Prêmio Nacional das Artes, que o governo pretende criar e pelo qual o secretário promete “redefinir a cultura brasileira”. “Apoio integralmente as palavras do presidente da Câmara, Rodrigo Maia: não há outra saída que não a demissão deste secretário, que já deu provas sobejas de inadequação ao cargo de dirigente máximo da Cultura do País.

E defendo que ele deve ser convocado pela Casa para se explicar”, assinalou.

Tadeu, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Cinema e do Audiovisual Brasileiros, lembrou outra polêmica envolvendo Alvim, quando este agrediu a atriz Fernanda Montenegro, chamando-a de “sórdida”, o que levou a Frente a promover uma sessão de desagravo a uma das principais atrizes brasileiras, do cinema, do teatro e da televisão.

Diante do tumulto provocado por suas declarações, Roberto Alvim chegou a divulgar uma nota, criticando a repercussão do caso e atribuindo tudo a uma “coincidência retórica”, afirmando que não falou no ministro nazista.

Para Tadeu Alencar, a “emenda saiu pior que o soneto”, pois não se trata de uma mera frase pinçada, mas de um conceito enfática e pomposamente defendido pelo secretário. “O trecho citado é cristalino e consta da biografia do auxiliar de Hitler.

Se foi ‘apenas uma coincidência’, fica patente que é grande a identificação filosófica entre Alvim e Goebbels e, por consequência, deste com o pensamento do governo Bolsonaro”, disse o líder socialista.

Entenda a polêmica O secretário especial da Cultura, Rodrigo Alvim, foi demitido nessa sexta-feira (17) após vídeo em que reproduz um discurso bem semelhante ao do o ministro da Propaganda do governo de Adolf Hitler para anunciar o Prêmio Nacional das Artes.

Pela manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou como “inaceitável” e pediu a demissão imediata do membro do governo.

Na fala de Alvim, ele afirma que “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional.

Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”.

O secretário disse ainda que “ao país a que servimos, só interessa uma arte que cria a sua própria qualidade a partir da nacionalidade plena”.

O discurso é semelhante e utiliza termos iguais ao de Joseph Goebbels, ministro do governo de Hitler.

Pelas redes sociais, Rodrigo Alvim se justificou dizendo que foi apenas uma “coincidência retórica” e que jamais citaria Goebbels.

A fala gerou polêmica e indignação de diversas lideranças políticas, principalmente entre deputados federais.