O ex-governador Joaquim Francisco deve sair do PSDB, onde está hoje filiado, para poder disputar as eleições no Recife, pelo Aliança pelo Brasil, o partido que está sendo criado pelo presidente Bolsonaro.

Caso o partido não esteja formalmente criado, um partido aliado deve ser a opção para a disputa majoritária.

Com apoio de Bolsonaro, Joaquim Francisco quer unir centro e direita no Recife O presidente Bolsonaro vetou a legenda tucana, por alegada incompatibilidade com o governador João Dória, que planeja disputar a presidência da República, em 2022.

Doria levou para o PSDB em São Paulo vários adversários de Bolsonaro, como Gustavo Bebiano, Alexandre Frota e Joyce Hasselman e Major Olímpio. “Jair Bolsonaro não admite aliança com o PSDB.

Eles defendem a política antiga, com alianças em cada estado”, diz um aliado bolsonarista.

O grande empecílho para a aposta majoritária foi resolvido com a oferta do PL (Partido Liberal) , de Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão dos Guararapes.

Anderson é amigo pessoal de Bolsonaro, dos tempos em que eram colegas na Câmara dos Deputados.

O PL tem planos de crescer no Nordeste e em especial em Pernambuco. “Se o 38 (Aliança pelo Brasil) não estiver pronto, vamos de 22 (PL), um partido já estruturado, com fundo partidário e tempo de TV.

Vai ser 22 em Jaboatão, 22 em Recife, 22 em Olinda, 22 em Caruaru, 22 em Garanhuns, 22 em Santa Cruz do Capibaribe” Nesta quinta-feira, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, chegou a afirmar nos jornais locais que apoio não se rejeita, em uma alusão ao apoio de outros partidos ao então correligionário Joaquim Francisco. “Todo apoio que respeite a independência do PSDB e os nossos compromissos com a sociedade será bem vindo”, declarou.

Na semana que vem, o Aliança por Pernambuco espera novas adesões.

O PSD de André de Paula pode migrar da Frente Popular para a oposição.

Depois de se apresentar como pré-candidato à Prefeitura do Recife, o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) defendeu nesta sexta-feira (17), em entrevista ao Blog de Jamildo, que os partidos de oposição construam uma única candidatura própria contra o PSB, que deve lançar João Campos para a sucessão de Geraldo Julio.

Para isso, admite que poderia retirar a própria postulação ao cargo. “Todo mundo tem que estar desprendido.

Nós estamos.

Não tenho nenhum problema, se tiver candidatura com condições de vitória, fazer composição”, afirmou.

Para o deputado, os resultados das últimas eleições no Recife demonstram essa necessidade de união da oposição aos socialistas. “O PSB nunca enfrentou palanque unido na eleição municipal”, disse o parlamentar.

De acordo com Daniel Coelho, o objetivo da sua pré-candidatura é de fortalecer a chapa de vereadores do Cidadania.

O deputado vê como uma movimentação “legítima”, que tanto partido dele quanto os outros podem fazer no início da articulação. “A tese de múltiplas candidaturas já teve adesão maior, hoje quase inexiste.

Quando você escuta os partidos, todos falam em unidade, houve um convencimento”, disse.

No caminho oposto ao do parlamentar, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) defendeu na quarta-feira (15), em entrevista à Rádio Jornal, que a oposição tenha duas ou três candidaturas, o mesmo número que a esquerda deve apresentar – além de João Campos, podem sair Marília Arraes (PT) e Túlio Gadêlha (PDT).

No campo da direita, são cogitados Daniel Coelho, Joaquim Francisco (PSDB), Mendonça Filho (DEM), André Ferreira (PSC).

Fernando Bezerra tenta articular a candidatura de Raul Henry, para retirar o MDB da base do governador Paulo Câmara (PSB) e da Frente Popular, sem sinalizações positivas do deputado até agora.

No sentido contrário, no mesmo campo de oposição, o PSL de Luciano Bivar agora conversa com o grupo dos socialistas.

Questionado, Daniel Coelho disse não ver dessa forma, pontuou que Bivar é livre e afirmou que ele não seria excluído das negociações da oposição.

Entenda como o ex-governador Joaquim Francisco entrou na bolsa de apostas O nome do ex-governador Joaquim Francisco foi citado na coluna do Estadão como um nome que poderia vir a ser o candidato de Bolsonaro no Recife, nas próximas eleições.

As eventuais decisões de chapa majoritárias só devem ser arrematadas em mais alguns meses, levando tempo para serem costuradas.

No entanto, há uma estratégia por detrás das especulações do momento.

A mais óbvia delas é a idade e a experiência na política.

Os aliados ao centro e à direita podem explorar o nome do ex-governador, ex-ministro, ex-prefeito e deputado federal em contraposição com a juventude e inexperiência do candidato do PSB, João Campos.

Para rejuvenescer a chapa, uma das ideias em discussão seria justamente a colocação de um político mais jovem, como Daniel Coelho ou Priscila Krause, do Democratas.

O nome de Priscila Krause somente seria chancelado em um eventual acordo com o grupo de Mendonça Filho, que se apresenta como candidato no Recife.

Ele teria que abrir mão do projeto e ser recompensado em outro momento.

O ex-ministro e ex-governador Gustavo Krause, do Democratas, também participa do meio de campo e ajuda na armação da estratégia.

Como nada está definido, as negociações em aberto, também poderia ocorrer a inversão dos nomes e um nome mais novo assumir o comando da chapa e Joaquim Francisco aparecer para dar “estabilidade e experiência”.

Neste cenário, o nome de Daniel Coelho despontaria na cabeça de chapa.

Joaquim Francisco é um dos nomes ventilados para a disputa também por sua habilidade de transitar em muitos setores.

Não custa lembrar que em passado recentemente ele estava ao lado do grupo de Eduardo Campos, no campo da situação, antes de romper e tomar parte do governo Temer.

Se o PSDB for um problema para a decolagem da candidatura, haveria opções.

Neste caso, havendo resistências do PSDB, por parte do governador de São Paulo João Doria, adversário de Bolsonaro, o prefeito Anderson Ferreira, do PL, amigo pessoal de Bolsonaro, colocaria o partido à disposição de Joaquim Francisco, bem como a força do grupo, que também conta com o deputado federal André Ferreira.

Para se vingar, o PSB acena com a possibilidade de jogar a deputada estadual Gleide Angelo, do PSB, como candidata em Jaboatão, para derrotar Anderson Ferreira.

Aval de Gilson Machado De acordo com informações de bastidores, o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, já estaria convencido da necessidade de unir direita e centro no Recife, para derrotar a Frente Popular. “Bolsonaro corre contra o tempo para viabilizar um nome.

O partido não vai ter um nome porque não tem tradição no Recife.

Então, ele busca um nome que junta apoios e consegue aglutinar, de FBC a Bruno Araújo, de Sílvio Costa até Mendonça e Daniel Coelho.

Quem pode mais perder com este arranjo seria Mendonça, que teria que abrir mão do seu projeto”, afirma um observador da cena local.

Pouca gente sabe, mas ele é parente distante de Joaquim Francisco.

Gilson Machado Neto tem um irmão que é genro de Joaquim Francisco. “Ele é amigo e irmão de Joaquim Francisco”, diz um interlocutor bolsonarista.

Verticalização, como em Petrolina e Jaboatão dos Guararapes Como hoje trabalha diretamente com Bolsonaro, como um dos seus conselheiros para o Nordeste, a eleição de um aliado na capital pernambucana funcionaria como um ajuda para levar o Recife a um novo patamar de investimentos públicos, diante da confluência de projetos políticos.

Em Petrolina e Jaboatão dos Guararapes, esse processo deu certo e os prefeitos são próximos do governo federal e estão sendo aquinhoados com verbas federais. “Joaquim Francisco é um homem sério e experiente.

Para bater João Campos, eles estariam oferecendo um nome de envergadura.

Um nome que impõe respeito a nível nacional, além de ser um aliado do presidente da República.

Poderia chover recursos, como acontece em Petrolina”, cita um observador.

De acordo com informações de bastidores, o ex-governador Joaquim Francisco quer a missão.

Ele já se elegeu governador do Estado lá atrás, com a força do governo federal, com Collor.

No currículo, já derrotou Marcos Cunha, Jarbas Vasconcelos e Miguel Arraes.

Não é pouca coisa, mas naquela época ele era um nome em ascensão.

O que pesa negativamente nesta balança seria o fato de Joaquim Francisco ter tido uma votação declinante nos últimos anos e chegou até mesmo a retirar uma candidatura proporcional em 2018, por não ter tido apoio ou votos suficientes.

No entanto, eleições majoritárias são diferentes e as pessoas são levadas em um andor, quando tem a sorte de estar em sintonia com o tempo.

O ex-prefeito Joaquim Francisco é conhecido no Recife pela espirituosa frase “tomar a massaranduba do tempo”.