A deputada federal Marília Arraes voltou a defender a sua candidatura à Prefeitura do Recife pelo PT, em entrevista à Rádio Jornal, nesta quinta-feira (16), um dia após o partido no Recife ter divulgado o texto de uma resolução indicando a manutenção da aliança com o PSB.

Preterida em 2018, quando a legenda desistiu da postulação dela ao Governo de Pernambuco para retornar à Frente Popular, disse não ter notícia “de um partido que tenha feito isso duas vezes com a mesma pessoa”. “O presidente Lula sabe disso”, afirmou.

Com o PT dividido entre o grupo dela, que defende um novo rompimento com os socialistas, e o do senador Humberto Costa, favorável ao apoio a João Campos em 2020, a parlamentar espera uma definição da executiva nacional.

Para ela, na nova composição da cúpula do PT nacionalmente, “é quase que unânime a ideia de ter candidatura própria no Recife e em outras capitais”.

Em entrevista ao Blog de Jamildo nessa quarta-feira (15), Marília Arraes argumentou que o discurso de Lula é por protagonismo do partido. “A importância do Recife é muito grande e vai ser tratada com muito cuidado”, afirmou.

Marília Arraes disse que pesquisas indicariam que apenas na capital pernambucana e em Manaus (AM) o PT tem previsão de ir para o segundo turno.

Outra opção, de acordo com a parlamentar, seria Fortaleza (CE), caso seja decidida a candidatura da deputada federal Luizianne Lins, que já foi prefeita. 2018 não é 2020 Marília Arraes enfatizou ainda que, para ela, o contexto é diferente de 2018 e a candidatura dela estaria mais forte. “Fui a segunda deputada federal segunda mais votada no país, sou vice-líder. É um contexto bem diferente de 18”, disse. “Dezoito passou, agora a gente está em 2020.

Estou bastante tranquila de que a gente vai ter essa candidatura no Recife”.

A deputada afirmou que tem procurado os políticos que divergem da sua candidatura para conversar. “Sem barulho, sem confusão.

O povo não gosta de picuinha.

Deixa a confusão para o lado de lá”, alfinetou.

PT e PSB romperam no Recife em 2012, quando Eduardo Campos aproveitou um racha no partido, que não lançou João da Costa à reeleição, para viabilizar a candidatura de Geraldo Julio.

Em 2014, o PT entrou na chapa de Armando Monteiro Neto (PTB), formando a coligação também na chapa proporcional, e não conseguiu eleger nenhum deputado federal.

Já em 2018, também dividido após a desistência da postulação de Marília Arraes, os petistas formaram uma chapa “puro sangue” e foram eleitos Carlos Veras e a própria deputada, segunda mais votada em Pernambuco.

Para 2020, a deputada tenta viabilizar a candidatura à Prefeitura do Recife.

Quando visitou o Recife após ter sido solto, em novembro, o Lula, visitou Marília Arraes.

Porém, se encontrou também com João Campos.

O anúncio do PT do Recife, sinalizando a aliança com o PSB, aconteceu um dia após o Blog de Jamildo publicar a articulação do PSL de Luciano Bivar, após o rompimento com Jair Bolsonaro, para voltar a se aliar ao PSB.