O Recife tem a pior taxa de desemprego entre as 27 capitais do Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao todo, 147,3 mil pessoas estão desempregadas na cidade, representando 17,4% da população economicamente ativa.
De acordo com a pesquisa, o Grande Recife tem o pior índice de desempregados, em comparação com todas as regiões metropolitanas do país.
São 595,67 mil pessoas, o que equivale a 18,1% da população economicamente ativa da região.
Considerando todo o estado, 658 mil pernambucanos estão desempregados, representando 15,8% do total.
O índice é o terceiro pior do Brasil, atrás apenas do Amapá (16,7%) e da Bahia (16,8%).
Pois bem.
Foi neste cenário que o governador Paulo Câmara determinou, nesta quinta-feira, que os preços das passagens de ônibus não sejam reajustadas.
Em ano de eleição, reajuste destes preços podem ser fatais para a popularidade dos governantes.
Em São Paulo, acabaram por precipitar o movimento de protestos que tragou Dilma, anos depois.
Nesta linha, o governador Paulo Câmara já tinha dito na segunda que não iria aceitar aumentos nas passagens.
Os empresários haviam solicitado aumento na semana passada, em um pedido de reajuste de 14%.
Empresas de ônibus pedem ‘realinhamento tarifário’ de 14,13% O governador Paulo Câmara deve anunciar que vai exigir um plano de investimentos com melhorias nos terminais, na segurança e na fiscalização. “O que vamos discutir este ano são as melhorias do sistema e não reajuste.
Enquanto não tivermos avanços concretos no transporte público não falaremos aumento da tarifa.
Vamos fazer a nossa parte e cobrar também dos empresários a parte deles”, orientou o governador.
Como é ano de eleição, o governador aproveitou o episódio para bater em Bolsonaro, adversário de Geraldo Julio e João Campos, candidato do PSB no Recife.
Geraldo Julio lança nesta quinta passagens de ônibus para desempregados com o VEM Meu Emprego “Não vamos agir como o Governo Federal que fez vários reajustes da passagem do metrô e nenhuma contrapartida na melhoria do serviço”, disse Paulo, nesta quinta.
Em boa medida, a nova orientação do governado, em ano eleitoral, é uma resposta às críticas da frente, controlada por partidos de oposição. “Nesse cenário onde a caixa-preta do transporte para constatar os lucros dos empresários nunca foi aberta, contando assim com a negligência e anuência do Governo do Estado, não resta alternativa para a população que não seja a pressão social”, afirmam em nota oficial, ao lado de críticas ao governador do Estado. “O Governo do Estado nunca exigiu ou fez os relatórios de qualidade das empresas de ônibus, que precisariam atingir notas satisfatórias para continuarem a operar no Sistema.
O Governador Paulo Câmara prometeu tarifa única e integração temporal, quando ainda era secretário da Fazenda, mas inexiste qualquer avanço nestas duas agendas.
Vale a máxima: as empresas fingem que prestam um bom serviço e o Estado finge que fiscaliza”. “A URBANA e os empresários de ônibus fazem o que querem com a povo, mantém frota velha nos bairros da periferia, estocam ônibus novos nas garagens, reduzem a quantidade de veículos, não cumprem os horários de viagens, substituem os BRTs por ônibus simples, mantém o controle na bilhetagem eletrônica e confiscam os créditos do VEM.
Por outro lado, a licitação das linhas de ônibus completa 7 anos sem nenhuma resolução, pois apenas parte dos lotes foram assinados e 75% do sistema é operado por meio de permissão, sob a leniência dos órgãos de controle.” Oposição já estava no ataque Antes da decisão do governador Paulo Câmara, a Frente de Luta pelo Transporte Público, após plenária realizada na terça-feira com estudantes e trabalhadores, havia deliberado a realização de um ato contra o aumento das passagens na próxima segunda-feira (20).
O ato seria contra o aumento das passagens, contra a demissão dos cobradores e a dupla função dos motoristas e pela implementação da tarifa única com fim dos anéis B e G.
Os militantes reclamam que, nos últimos anos, os aumentos das tarifas foram acima da inflação, do IPCA e do reajuste do salário mínimo, sem melhoria concreta para a população. “Pelo contrário, o BRT está sucateado, os Terminais Integrados abandonados, não houve implementação da tarifa única, da integração temporal e muito menos do SIMOP.
Sem contar a quantidade de veículos avariados, a insegurança e as demissões de cobradores com o exercício da dupla função pelos motoristas”, argumentaram.
Veja a proposta das empresas No documento da Urbana-PE, encaminhado ao Grande Recife Consórcio de Transporte estudo de realinhamento tarifário para o serviço de transporte público por ônibus na Região Metropolitana do Recife, a entidade reclama que custos vem subindo e as receitas previstos para o ano de 2020 são menores, causando o descompasso. “O sistema de transporte público por ônibus vem sofrendo acentuada queda na demanda de passageiros, tendo registrado no último ano redução de 5,42% no total de passageiros pagantes em comparação ao projetado na planilha de recomposição tarifária de 2019.
Considerando os últimos 6 anos, a queda já supera o patamar de 30%.
O setor prevê manutenção do cenário de queda de demanda na ordem de 4% para o ano de 2020”. “Por outro lado, em 2019, os custos do setor apresentaram incrementos significativos quando comparados ao ano de 2018.
Destacam-se os custos com pessoal, veículos e combustível, que aumentaram, respectivamente, 4,66%, 12,83% e 19,73%”, citam, como argumentos.
No desfecho, a entidade apresenta o pleito. “Com o intuito de promover o equilíbrio econômico e financeiro do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR), considerando a atualização dos custos e projeção de demanda, o sindicato calcula necessário realinhamento tarifário da ordem de 14,13%, o que equivale à adoção das seguintes tarifas: Anel A – R$ 3,90 Anel B – R$ 5,35 Anel G – R$ 2,55?
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