Apesar de divergir da deputada federal Marília Arraes sobre a construção de uma candidatura no Recife e defender a aliança com o PSB, o senador Humberto Costa adotou tom diplomático nesta quinta-feira (16) e sinalizou que a parlamentar está correta ao se apegar à decisão da executiva nacional do PT.
O líder do partido no Senado considerou, porém, que o processo de discussão está apenas começando e que a orientação inicial de lançar pré-candidaturas pode ser alterada com o tempo.
Humberto Costa citou os exemplos de Porto Alegre (RS) e do Rio de Janeiro (RJ), capitais onde os petistas podem não lançar candidatura própria para apoiar Manuela D’Ávila (PCdoB) e Marcelo Freixo (PSOL), respectivamente. “Cada município vai discutir a estratégia”, enfatizou o senador.
A executiva do PT no Recife divulgou nessa quarta-feira (15) uma resolução em defesa da manutenção da aliança com o PSB, o que minaria, mais uma vez, uma candidatura majoritária de Marília Arraes.
Em 2018, ela foi preterida pelo partido, que retornou à Frente Popular e reelegeu Humberto Costa para o Senado na chapa do governador Paulo Câmara (PSB).
Marília foi eleita deputada federal e agora articula a postulação no Recife.
Ainda sem comprar briga com a correligionária, Humberto Costa afirmou que a resolução foi apenas da executiva municipal e que o assunto ainda precisa ser debatido no diretório municipal e em consulta às bases. “Realmente, a última palavra vai ser dada pelo PT nacional e as posições dos municípios vão pesar”, concordou. “É uma discussão que está começando”.
Hoje, no Recife, a maioria do diretório concorda com a bandeira defendida por Humberto Costa, de se manter na Frente Popular.
Nacionalmente, um calendário deve ser definido nas próximas reuniões da direção do partido, até fevereiro.
A posse dos novos integrantes é nesta sexta-feira (17), em São Paulo, para onde Marília Arraes viajou mais cedo.
Em 2018, apesar de os delegados do PT de Pernambuco terem formado maioria pela candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco, a executiva nacional decidiu apoiar o PSB em Pernambuco e em mais três estados.
A estratégia do partido foi para que os socialistas ficassem neutros, evitando que eles apoiassem Ciro Gomes (PDT) na eleição presidencial.