Antecessor de Sergio Moro na pasta da Segurança Pública, Raul Jungmann reafirmou nesta terça-feira (14), à Rádio Jornal, que o maior mérito na redução da criminalidade é dos estados, não do governo federal. “Nem o governo anterior nem o atual.

Constitucionalmente, quem cuida da segurança pública são os governos estaduais”, defendeu.

O atrito começou entre o atual ministro e o anterior pelo Twitter, há cerca de dez dias, quando Moro publicou: “Crimes caíram em todo o país em percentuais sem precedentes históricos em 2019.

Leio de alguns “especialistas” em segurança pública que o Gov Federal não tem nada a ver com isso”.

Jungmann argumentou à Rádio Jornal que as gestões estaduais são responsáveis por 85% dos investimentos em segurança pública.

Além disso, alegou que os estados têm forças policiais com atribuições específicas para prevenir e combater homicídios. “Não é atribuição do governo federal lidar com os homicídios”, enfatizou.

O ex-ministro adotou o mesmo tom em entrevista publicada na edição desta terça-feira (14) do Jornal do Commercio. “É uma questão de honestidade.

No governo anterior, colaboramos, sim.

Criamos o Susp [Sistema Único de Segurança Pública], investimos dinheiro das loterias para segurança.

Mas o protagonismo é efetivamente dos estados”, disse ainda.

Jungmann já havia enumerado as ações da sua gestão no Ministério da Segurança Pública ao responder a publicação de Moro no Twitter.

Apesar disso, afirmou que considera essa uma “discussão tola”. “Mesmo com essas quedas, é inaceitável o índice de homicídios e violência que o Brasil vive”.

O ex-ministro disse ter visto uma ação maior dos governadores às vésperas das eleições de 2018. “Os governadores sabiam era a pauta da segurança”, disse. “Houve esforço e investimento dos estados e não tem outra explicação”.

No caso de Pernambuco, após uma queda nos homicídios devido à implantação do Pacto pela Vida, em 2007, o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) voltou a subir em 2014.

Ações foram adotadas em 2017, levando a um novo cenário de queda.