Nesta quinta-feira (2), o presidente americano, Donald Trump, autorizou ataque aéreo no aeroporto internacional de Bagdá, capital do Iraque, por onde passava o general iraniano.
Os americanos confirmaram que o bombardeio tinha objetivo de matar Soleimani e que o ataque foi uma ordem direta de Trump.
O líder do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, e o presidente do país, Hassan Rouhani, prometeram vingança aos Estados Unidos pela morte do chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Qassem Soleimani.
O analista Samuel Torres, da Capital Research, disse ver como bastante graves os impactos da morte do general iraniano Qassem Soleimani. “Nessa quinta-feira 2, os EUA informaram que o general iraniano Qassem Soleimani foi morto por um soldado da força aérea americana.
Soleimani tinha forte influência no regime iraniano, de maneira que o líder Ali Khamenei prometeu vingança e retaliação.
O evento trouxe forte tensão ao mercado devido a receios de início de uma guerra entre os dois países, o que, segundo analistas políticos, seria muito mais problemático e relevante para os EUA do que os conflitos no Oriente Médio que o país enfrenta há anos”, explica. ““O fato de o Irã ser a quarta maior reserva de petróleo do mundo, de modo que o conflito na região pode impactar a oferta global, o que está fazendo o preço do petróleo subir mais de 3,6%.
A combinação de dólar e petróleo subindo poder trazer impactos também para a inflação”.
Sim, esse acontecimento pode impactar o crescimento da economia global, que já vinha sendo uma das principais preocupações dos investidores.
Com isso, ativos de risco, principalmente ações, são impactados negativamente conforme investidores diminuem posições e migram para ativos de menor risco e/ou considerados como proteções.
Esses, por outro lado, são justamente os que se beneficiam nesses momentos, como ouro, Treasuries, dólar e yen.
Ativos que estão comprados em volatilidade, como ETFs ligados ao índice VIX (CBOE Volatility Index), também se beneficiam fortemente, com valorizações acima de 6%”. “Esse é um exemplo sobre o por que é preciso manter uma carteira diversificada, com ativos que funcionam como proteção e que podem se beneficiar de diversos momentos de mercado, mesmo que aparentemente improváveis, como era o caso até ontem, quando o mercado vinha de uma sequência de altas após uma redução das incertezas com a conclusão da primeira fase do acordo comercial entre EUA e China”.
Em pronunciamento realizado na TV estatal iraniana, após o ataque americano, o Aiatolá Ali Khamenei declarou que a “resistência aos Estados Unidos e Israel vai dobrar”.
Já o presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que “o Irã, e outros países mulçumanos, vão se vingar” pela a morte do general.
Qassem Soleimani, era general da Força Al Quds, uma unidade especial do exército iraniano.
Ele era o comandante estratégico militar e de geopolítica do Irã.
O general era considerado herói pela população de seu país e muito respeitado no chamado mundo árabe.
Por consequência do ataque americano e pela morte do general Soleimani, o preço do barril de petróleo disparou no mundo.
Até o momento do fechamento desta edição, os contratos de compras futuras de petróleo já tinham subido mais de 4%, no mercado internacional.
De acordo com a Agência de Notícias Reuters, o barril tipo Brent subiu quase três dólares, sendo negociado, no início desta manhã, a US$ 69.
No mercado americano, o barril do petróleo avançou quase 4,5%, sendo vendido a US$ 63,8.
Logo pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro disse que o preço do petróleo deve “impactar” o mercado nacional.
Em entrevista coletiva na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que, mesmo diante de forte alta no preço do petróleo, os valores dos combustíveis não serão tabelados no Brasil.
O presidente confidenciou aos jornalistas que tentou discutir a crise do Irã com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, nesta manhã, por telefone, mas, segundo Bolsonaro, não foi atendido por nenhum dos dois.