O líder do Podemos na Câmara, o deputado federal José Nelto (GO), reagiu à proposta de criação de um novo tributo sobre transações digitais no país.

Para Nelto, a medida defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é “perversa”. “A proposta do Paulo Guedes é mil vezes mais perversa que a CPMF.

Ela vai cobrar qualquer pagamento de boleto via internet, qualquer transação nacional ou internacional.

O governo irá arrecadar uma montanha de dinheiro.

A proposta vai pegar todo cidadão que fizer qualquer transação de R$ 1 pela internet”, criticou Nelto.

O deputado afirmou que pretende convidar o ministro para ir à Câmara, na primeira semana de fevereiro do ano que vem, para detalhar o novo imposto e explicar qual será a contrapartida para os municípios e estados. “Vou convidar.

Se ele não comparecer, será convocado.

O ministro sempre fala, menos Brasília, mais Brasil.

Pelo que estou vendo será só Brasília.

Quero saber qual a contrapartida que o governo irá repassar para os estados e municípios”, questionou.

Nelto cobrou também que Paulo Guedes apresente um estudo com a projeção da arrecadação com o novo imposto. “O ministério tem um controle de quantos bilhões irá arrecadar?

O Brasil não quer saber de novos impostos, sem justiça social.

Queremos saber qual a proposta que ele vai apresentar para a extinção de impostos.

Quero a isenção de uma dúzia ou mais de impostos”, apontou Nelto.

O parlamentar diz que é “urgente” uma proposta que alcance a elite financeira do país e que combata a sonegação.

Como exemplo, Nelto cita o imposto sobre herança, cobrado nos Estados Unidos, e faz um alerta sobre os protestos no Chile, país que adotou a cartilha da Escola de Chicago, da qual Paulo Guedes é defensor. “Chegou a hora dos ricos pagarem as contas no Brasil.

Cobrar impostos que tratam de dividendos dos bancos e também atacar a sonegação que chega a R$ 400 bilhões por ano.

Cadê o imposto sobre herança?

Lá nos Estados Unidos, que o Guedes sempre fala, a taxa é de 40%.

Tinha que colocar pelo menos 20% aqui no Brasil.

Ou ele apresenta um plano econômico para o Brasil, ou o país vai estar nas ruas em pouco tempo, como está acontecendo no Chile”, afirmou.

A proposta de um novo imposto sobre transações digitais foi apresentada na última quarta-feira (18) pelo ministro Paulo Guedes e está em estudo pela equipe econômica.

Ela deve ser incluída no projeto da reforma tributária, que será enviado pelo governo ao Congresso em 2020.