Mais da metade (56%) dos brasileiros das classes C e D vai usar o 13° salário para pagar dívidas.
Pelo menos foi o que indicou pesquisa feita pela Superdigital, fintech com foco em inclusão financeira com mais de 1,3 milhão de contas ativadas, realizada com 653 pessoas, de todas as regiões do País, entre os dias 2 e 5 de dezembro deste ano.
O número de famílias brasileiras com dívidas em atraso está em 64,7%, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado no fim de outubro.
De acordo com o levantamento da Superdigital, além dos 56% que pretendem usar o dinheiro para pagar as dívidas, 23% têm a intenção de guardar esse dinheiro, 13% querem realizar compras de Natal e 5% afirma já ter usado o dinheiro na Black Friday.
Já em relação às compras de Natal, a pesquisa indicou que 56% dos consumidores das classes C e D não têm a intenção de comprar presentes este ano.
Já 28% disseram que vão gastar menos que em 2018 e 16% pretendem gastar mais que o ano passado com presentes.
Além disso, há bastante cautela com os valores nas compras de presentes de Natal esse ano: 41% dos respondentes que pretendem comprar presentes disseram que devem gastar até R$ 100; e 35% disseram que vão gastar entre R$ 100 e R$ 300.
Otimismo com 2020 A pesquisa também avaliou o grau de otimismo dos brasileiros das classes C e D com relação ao futuro.
Dos que responderam a pesquisa, 56% acham que 2019 foi melhor que 2018.
Mas a grande maioria, 83% dos brasileiros dessas classes sociais, acreditam que 2020 será melhor que 2019.
Usar o 13º para pagar dívidas é a principal opção dos brasileiros Um grande volume de recursos foi injetado na economia nos últimos dias.
O pagamento do 13º salário desse ano representou R$214,6 bi, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Entre as possibilidades do que fazer com a nova receita, pagar os credores talvez seja a melhor opção. “É um momento oportuno para saldar as dívidas antes do final do ano e poder aproveitar as promoções de natal e ano novo”, diz Leandro Santos Patrício, presidente do Instituto de Protesto-MG.
Os problemas para os devedores são muitos.
Leandro esclarece que, quem possui algum título protestado, além de ter ressalvas em seu nome para créditos, também não pode retirar talão de cheque, solicitar cartão de crédito, além de ficar restrito para fazer financiamentos, entre outras sanções.
As restrições abrangem tanto o Cadastro de Pessoa Física (CPF) quanto jurídica (CNPJ).
Já que é uma dívida que não prescreve. “O importante é que todas essas limitações são anuladas após a quitação das dívidas”, diz o presidente do Instituto.
Para onde vai o 13° deste ano A orientação dos especialistas parece ser seguida por muita gente.
Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), 87% dos brasileiros responderam que irão utilizar o 13° para honrar compromissos.
A mesma pesquisa aponta que há dez anos este percentual era de 64%.
Apenas 5% dos entrevistados afirmaram que irão usar o valor adicional de fim de ano para comprar presentes; 2% irão guardar o dinheiro para as despesas tradicionais de início de ano (IPVA/IPTU, principalmente); outros 2% irão poupar; 1% pretendem investir em reforma ou compra da casa própria e 3% já receberam o 13° como adiantamento ao longo do ano.
Na pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), só 29,91% dos belo-horizontinos entrevistados pretendem pagar suas dívidas como o benefício recebido.
São aproximadamente 4,14% a mais em relação a 2018.