A partir do panorama que levantou, a Ceplan conclui, em estudo divulgado nesta terça, que os principais desafios de Pernambuco em 2020 são consolidar e adensar os investimentos industriais atraídos pelo Estado, melhorar os indicadores do mercado de trabalho, viabilizar parcerias entre os setores privado e público por meio de PPPs e concessões e a implementação de um ajuste fiscal na esfera pública para conter a escalada do déficit no sistema previdenciário estadual, que cresceu de R$ 719 milhões para R$ 2,6 bilhões entre 2005 e 2018, podendo alcançar R$ 2,8 bilhões em 2019.

Em estudo, Ceplan prevê recuperação ainda maior da economia em 2020 A Ceplan diz que os dados que levantou demonstram que Pernambuco deve manter no biênio a oscilação positiva do PIB acima da taxa nacional. “Isso se deve aos impactos das políticas estaduais de desenvolvimento e atração de investimentos implementadas nos anos 2000 e que garantiram uma forte expansão e diversificação da matriz econômica local entre a década passada e o início da atual”, disse Tania Bacelar.

Na sua avaliação, os empreendimentos captados por meio daquelas políticas vêm permitindo que o Estado sofra os efeitos da crise atual com uma intensidade atenuada em relação a boa parte das outras economias estaduais.

Pelas projeções, a taxa projetada do PIB estadual para 2019 é de 2% e deve ficar entre 2,5% a 3,0%, em 2020.

Por outro lado, na análise por setores, o estudo chama atenção para os limites ao crescimento gerados pela baixa competitividade e produtividade da Indústria local.

No caso do setor de serviços, a performance de Pernambuco - recuperação de 1,4% em setembro de 2019 - ficou acima da registrada no país (0,7%). “Todavia, o varejo ampliado, perdeu ritmo no Estado entre 2018 e 2019, atingindo um pico de 4,4% em fevereiro de 2018, caindo para 1% em abril de 2019 e oscilando para 2,2% em setembro passado, contra 3,8% da taxa nacional.

O turismo é outro segmento que perdeu ritmo de crescimento.

Recuou de uma taxa positiva de 4,4% em julho deste ano para 2,2% em setembro passado, próximo, mas abaixo do desempenho nacional (2,5%)”, destacam.

No mercado de trabalho, o quadro em Pernambuco evidencia uma recuperação frágil, marcada pela precarização e informalidade e que contrasta com o desempenho do PIB estadual.

O saldo na movimentação dos empregos formais atingiu 17,3 mil postos de janeiro a outubro de 2018 e 11,5 mil vagas nos mesmos 10 meses de 2019.