O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi convocado pela Comissão de Educação da Câmara Federal para prestar esclarecimentos sobre suas declarações relacionadas às universidades federais.
O requerimento apresentado pelo deputado Danilo Cabral (PSB) e outros parlamentares de vários partidos foi aprovado durante a reunião nesta quarta (4), por 24 votos favoráveis, dos 32 presentes.
Os deputados pretendem questionar o ministro sobre a existência, segundo ele, de “plantações extensivas de maconha” em algumas universidades federais, que seriam grandes a ponto de ter borrifadores de agrotóxico.
Weintraub chegou a dizer que há laboratórios de química que estão “desenvolvendo laboratórios de droga sintética, de metanfetaminas”, porque a polícia não pode entrar nos campus. “Ao invés de tomar conta da pauta estratégica da educação, o ministro insiste em fazer um debate periférico, ideológico, que não responde aos desafios do Brasil na área da educação”, disse Danilo Cabral.
O deputado cita, por exemplo, o desempenho brasileiro no Pisa (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes), que mostra que o país segue estagnado em nível bem abaixo da média da OCDE.
Os dados revelam que 68% dos estudantes não souberam o básico de matemática; 50,1% apresentaram baixo desempenho em leitura e 55,3%, baixo desempenho em ciência.
Danilo Cabral disse que, mesmo em dezembro, não se sabe qual o orçamento que será executado pelo Ministério da Educação em 2019. “O ministro disse que havia descontingenciado todos os recursos da Educação e vimos, depois, que isso não era bem verdade.
Há bloqueio em verbas da área de pesquisa, por exemplo”, afirmou o deputado.
Ele apresentou um pedido de informação ao MEC sobre a execução orçamentária deste ano.
De acordo com informações publicadas pelo UOL, para a liberação de R$ 1,1 bilhão para as universidades federais, foram bloqueados R$ 480 milhões do Fies e R$ 230 milhões do ensino médio em tempo integral.
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) sofreu um congelamento de R$ 120 milhões. “É outro assunto que precisamos de esclarecimentos.
O ministro deve respeito ao cidadão brasileiro, especialmente aqueles que fazem a comunidade da educação, para além das declarações estapafúrdias.
Precisamos saber qual o plano estratégico do MEC para o desenvolvimento da educação pública do Brasil”, afirmou Danilo Cabral, na Câmara dos Deputados.