A Academia Pernambucana de Ciências (APC), com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco (SECTI), promove, na próxima sexta-feira (06.12), no Espaço Ciência, debate sobre os prós e contras da possibilidade de instalação de uma usina nuclear em Itacuruba, no Sertão do Estado.

A iniciativa deve envolver cientistas e técnicos do Estado.

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aluísio Lessa, diz acreditar que o evento é importante para aprofundar a discussão sobre o tema de maneira concreta. “Os cientistas são profundos conhecedores em condições de dar um contexto mais técnico sobre esta possibilidade. É essencial que a academia esteja envolvida e opine antes de qualquer tomada de decisão por parte do Poder Público”, comentou.

O presidente da APC, José Aleixo, disse que o debate vai oferecer esclarecimento para a população. “Temos observado os fatos sobre a possibilidade de instalação de uma usina nuclear e é notório que há muita opinião sem conhecimento científico.

O debate vem para esclarecer à sociedade pernambucana os pontos positivos e negativos.

Os especialistas vão abordar, dentre outras questões, os aspectos tecnológicos, econômicos, ambientais e sociais dos procedimentos que envolvem a construção de uma usina nuclear”, afirma.

As palestras serão encabeçadas pelo professor de Física da UFPE Sérgio Rezende; a professora da UPE Vânia Fialho; o professor aposentado da UFPE Heitor Scalambrini; e o conselheiro da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, Carlos Henrique da Costa Mariz.

O evento ocorre no horário das 9h às 13h e tem entrada franca.

Tema polêmico O deputado Alberto Feitosa (SD) foi a sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco, na quinta-feira (28), juntamente com o professor e especialista em produção de energia Carlos Mariz, para conversar com o presidente da instituição, Bruno Baptista, sobre os impactos econômicos, culturais e sociais provenientes da possível instalação de uma Usina Nuclear.

De acordo com o presidente da OAB, uma audiência pública será realizada na instituição para discutir e conhecer mais o tema. “A nossa ideia é fazer um amplo debate com toda a população envolvida, com os cidadãos pernambucanos.

Estamos planejando uma audiência pública, que será conduzida por nossa Comissão de Energia, para que todos tragam suas contribuições, suas ideias, e analises e, ver se é viável ter uma Usina Nuclear aqui no Estado”, afirmou Bruno Baptista.

O deputado Alberto Feitosa agradeceu a oportunidade de esclarecer mais sobre o assunto. “Principalmente em um momento que mundo e especial os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países em desenvolvimento) estão construindo mais de 50 usinas nucleares.

A França, por exemplo, possui 58 Usinas Nucleares e acabou de decidir a construção de mais seis”.

A igreja católica, ao lado de partidos de esquerda, também foi objeto de questionamento, de forma indireta. “Estive recentemente em Itacuruba e a população foi muito receptiva a possibilidade de instalação de uma usina nuclear.

Tomei conhecimento, por moradores da região de Itaparica, de uma enquete feita por um blog local (Tony Bahia), na qual a região mostrou aceitação do tema em mais de 70%.

Isso mostra que a negação vem pela falta de conhecimento do tema por algumas pessoas, e dizer não a um investimento de tamanha capacidade de transformação positiva na vida dos cidadãos, principalmente uma população tão sofrida como os sertanejos, é negar a melhoria de vida de milhares de pessoas”. “Eu lembro que segundo o Cremepe, a taxa de suicídio de Itacuruba é dez vezes maior que a média Nacional, causado principalmente pelo baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) e pouca oportunidade de emprego.

Dizer não a Usina é dizer não a vida”, afirmou Feitosa.