O desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), votou pelo aumento da pena do ex-presidente Lula (PT) no caso do sítio em Atibaia, em São Paulo.

Enquanto na primeira instância a juíza Gabriela Hardt o condenou a 12 anos e 11 meses de prisão, o magistrado defendeu que seja ampliada para 17 anos e um mês.

Essa foi a segunda condenação de Lula na Operação Lava Jato.

Lula ficou preso por mais de um ano e meio por outro processo, o do caso do tríplex.

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A defesa de Lula alega a suspeição de Sérgio Moro, que conduziu a maior parte do processo quando era juiz.

Os advogados também apontam uma suposta parcialidade da magistrada Gabriela Hardt, substituta de Moro inicialmente na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) quando ele assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Jair Bolsonaro (sem partido).

Em seu voto, Gebran Neto negou que Moro e Hardt tenham agido para prejudicar Lula no processo.

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Para ele, os próprios advogados de Lula estariam politizando o caso por estratégia. “Ao final e ao cabo o que se busca é deslegitimar a atuação do Poder Judiciário”, afirmou Gebran Neto.

Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 O magistrado também enfatizou que discorda do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que os prazos para alegações finais no processo devem ser diferentes para réus que fecharam acordo de colaboração premiada e os que não fizeram a delação – caso de Lula.

Para o desembargador, não houve prejuízo ao ex-presidente.

Ainda vão votar os outros integrantes da 8ª Turma do TRF-4, Leandro Paulsen, que é o revisor, e Thompson Flores, presidente do tribunal. » No Recife, Lula ameniza discurso e diz que não vende ódio, mas amor » Lula diz que ‘adoraria estar no palanque’ com Moro, Dallagnol ‘para ver quem montou quadrilha’ » Teresa Leitão liga fala de Lula a ‘possibilidades concretas’ de candidatura própria no Recife » Militantes do PT ironizam Bolsonaro em evento pro-Lula no Recife » Lula diz que PT não tem que fazer autocrítica e prevê polarização em 2022 Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 - Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 - Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 - Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 - Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 - Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4 Antes do voto de Gebran Neto, quatro advogados apresentaram sustentação oral: Cristiano Zanin, representando Lula; Carolina Luiza de Lacerda Abreu, por José Carlos Bumlai; Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, de Roberto Teixeira; e Luiza Alexandrina Vasconcelos Oliver, em nome de Fernando Bittar.

Para a força-tarefa da Operação Lava Jato, Lula é o verdadeiro dono de um sítio em Atibaia que teve reformas pagas pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai.

A acusação é de que os empresários gastaram R$ 1,02 milhão nas obras de melhorias da propriedade em troca de contratos com a Petrobras.

A defesa do ex-presidente nega.